São Paulo, quarta-feira, 01 de julho de 2009

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CONEXÃO POP

Britpop redivivo


No retorno aos palcos, o quarteto Blur rejuvenesce com um show empolgado no festival Glastonbury


THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

SE VOCÊ acompanha esta coluna, sabe que por aqui nostalgia e saudosismo têm pouquíssimo espaço. Mas hoje a exceção vai driblar a regra porque o grande Blur voltou à ativa e foi responsável, no último final de semana, por momentos sublimes de Glastonbury.
No gigantesco festival inglês, que recebeu ainda Neil Young, Bruce Springsteen, Prodigy, Lily Allen e tantos outros, coube ao Blur, segundo relatos e vídeos espalhados pela internet, protagonizar a apresentação mais emocionante do evento.
Não era para menos. O Blur fez parte do último grande momento do rock inglês, que ocorreu entre 1994 e 1998. Era época da "cool brittannia", de Tracey Emin, de Rachel Whiteread e do ressurgimento das artes britânicas, do Novo Trabalhismo de Tony Blair, que tomaria o lugar de mais de uma década de governo conservador, das roupas punks e exuberantes de Alexander McQueen. A Inglaterra, e Londres em particular, queriam arrancar de Seattle, de Nova York e dos EUA em geral o posto de lugar mais legal do planeta.
No Reino Unido, a sensação era a de que nascia um sol em cada esquina -e seus raios irradiaram no mundo inteiro. Nesse clima, nasceu e cresceu o britpop. Mais próximas do hedonismo dançante da acid house do que da raiva e do niilismo das bandas de Seattle, Blur, Oasis, Pulp e outras embarcavam numa eterna festa escapista.
E foi esse ambiente festeiro o proporcionado pelo Blur em seu retorno aos palcos, após quase seis anos de hibernação. A banda fechou a terceira noite do Glastonbury. Em um show de duas horas, tocaram 24 músicas -hit atrás de hit. No YouTube, digitando "blur glasto 09", dá para assistir, por exemplo, a uma incendiária versão de "Parklife", à ainda mais emocionante "Tender", a uma feroz "Song 2", às ainda bonitas "Coffee and TV" e "She's So High".
Claro que temos que dar um desconto: eles estavam jogando em casa -dificilmente veremos esse clima em outros lugares do mundo. No Brasil, por exemplo, o Credicard Hall esteve meio cheio para a apresentação deles em 1999. Mas não seria mau se eles voltasse para cá, nessa nova e rejuvenescida encarnação.

 


Mais uma que se vai. Criada por Quincy Jones em 1993 para cobrir o que acontecia na música negra americana, a revista "Vibe" deixou de existir. Segue o caminho da "Blender", da "URB"...
 


Já falei aqui do Kid Cudi, nome talentoso do club-rap americano. Depois de cantar com Kanye West e da excelente "Day "n" Nite", ele aparece com "Make Her Say", em que brinca com Lady Gaga e sua "Poker Face". "Make Her Say" é rap e é electro -divertida, dançante e pegajosa.
Aos 25 anos, Kid Cudi, parece é "o" nome da hora do rap americano. Dá para ouvir no "Hype Machine" (http://hypem.com). Pelo menos até o Hype Machine não ter o mesmo destino do PirateBay...

thiago.ney@grupofolha.com.br


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