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NETVOX
Mapas de um mundo sem sombras
MARIA ERCILIA
do Universo Online
Pelo menos cinco horas de
blecaute na Web -"problema
na Embratel", é o que me dizem. Sento diante do computador e quase sinto uma espécie
de silêncio, no lugar da zoeira
de páginas coloridas e mensagens que chegam uma atrás da
outra. Lembro de quando era
criança, e a luz acabava. A
única coisa a fazer era esperar
-e aproveitar a quietude.
Tenho alguns péssimos hábitos, como checar e responder
e-mail enquanto estou escrevendo e abrir oito ou dez páginas de Web ao mesmo tempo.
Mas agora estou trancada
para fora desse mundo invisível. Só não sei exatamente de
onde estou fora.
Alucinação consensual
E fico imaginando com o que
ele se parece. "Site" quer dizer
lugar. Não tem palavra mais
inadequada. Um site nunca está em lugar nenhum, ou está
sempre em vários. "Alucinação
consensual" é a -boa- definição do escritor William Gibson para "cyberspace", palavra
inventada por ele.
A Matrix, de Gibson, era
uma espécie de Internet/realidade virtual que podia ser enxergada, uma paisagem feita
de dados.
Enquanto isso, a Embratel
resolve lá os seus roteamentos.
Hora de descobrir se é afinal
possível desenhar um mapa da
Web.
Martin Dodge, um pesquisador inglês, acha que sim. Seu
"Atlas of Cyberspaces"
(www.cybergeography.org) é
uma coleção fantástica de mapas de todos os tipos, deste lugar que não existe, o mundo
"sem sombras" de William
Gibson.
Aqui é possível ver diagramas de fluxo de informação,
mapas de conexões ao redor do
mundo, mapas de sites, esquemas de cidades virtuais.
O WebHopper, por exemplo,
é um projeto que mapeia conexões na Internet quase em
tempo real.
Na seção de mapas de informação, há uma versão abandonada do Yahoo, em três dimensões.
Na área histórica, o primeiro
rabisco que deu origem à Arpanet, em 69 -um desenho
torto e apagado, de criança.
Ainda em 91, a rede era mínima, de acordo com um diagrama na mesma página.
Alguns mapas são bastante
convencionais, mostrando o
número de pessoas que usam a
Internet em cada continente,
ou quantos computadores estão conectados.
Outros são pura fantasia, como o mapa da comunidade Alpha World.
No arquivo de mapas de sites, há diagramas que parecem
a abóbada do Planetário, outros que imitam um mapa de
metrô.
Os delicados esquemas criados pelo programa I/O/D 4
lembram desenhos de Spirograph.
Os mapas de informação
mostram as rotas deixadas pelas pessoas na Web que parecem nuvens ou colméias.
Os diagramas de "paisagens
de informação" se assemelham
a cenários de videogame.
Cada um dos mapas do
"Atlas" é parte de algum projeto ambicioso de mapeamento
da Web.
É impressionante o tempo e o
esforço que são dedicados a essa tarefa. Mas ainda é cedo para dizer se esses mapas e diagramas terão alguma utilidade
ou se são pura fantasia.
Os primeiros navegantes
também não sabiam o que estavam desenhando, mas pelo
menos a Terra não muda de
configuração a cada minuto.
Guggenheim
O Museu Guggenheim tem
também um projeto de mapeamento de sites, o "Cyberatlas"
(cyberatlas.guggenheim.org/intro/ca-home.html).
São diagramas e desenhos
que representam sites de arte
famosos, ou explicam como a
informação se distribui na rede. É uma bobagem afetada,
cheia de estrelinhas e bolinhas
-coisa de "artista".
Site mostra a "Web morta"
Tom B.
criou
uma amostra
de uma "Web
morta"
no site
"Dead Web"
(www.tom-b.com/dead-web).
Esvaziou
algumas das
páginas mais
conhecidas da
Internet,
deixando só a
casquinha, e
colocou no topo
um Altavista que
não vê nada
GUGGENHEIM
Sinal dos tempos: o Museu Guggenheim (Nova York) acaba de
inaugurar uma divisão de trabalhos digitais. Estava marcado para
ontem o lançamento de sua primeira exposição: o site "Brandon", em
brandon.guggenheim.org/title/brandon.html), um projeto
narrativo sobre uma mulher que
vivia como homem e que foi estuprada e assassinada em 1993.
Esse projeto é apenas um ensaio
-o Guggenheim virtual será
inaugurado no dia 31 de dezembro.
CATÁLOGO
Ficou mais fácil procurar softwares brasileiros: o Catálogo de
Softwares Brasileiros oferece serviços de cadastramento e consulta
de graça, no endereço www.tronsoft.com.br/catalogo.
Mulheres
Um estudo mostra que as empresas lideradas por mulheres
adotam a Internet com muito mais
facilidade. As mulheres seriam
mais abertas à inovação e geralmente estão no comando de empresas mais novas e mais flexíveis.
Mais informações no endereço
www.nfwbo.org.
E-mail: netvox@uol.com.br
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