São Paulo, Quinta-feira, 01 de Julho de 1999
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TARZAN
"Fiz as músicas como um menino", diz Collins

das agências internacionais

Pergunte ao cantor e compositor Phil Collins sobre sua memória dos clássicos desenhos de Walt Disney, e ele se lembrará de uma imagem terrível: uma baleia engolindo um menino de madeira que descobre que seu pai também foi comido pelo mamífero.
"Eu tenho memórias muito vívidas de quando assisti "Pinocchio" com minha mãe e meu pai no cinema", disse Collins, 48. "É um filme assustador. Eu tive pesadelos, depois disso, com uma baleia."
Com o tempo, ele se esqueceu do mau sonho e procurou um mais rentável. Como membro do Genesis e como artista solo, ele é responsável por vendas de mais de 100 milhões de discos. Agora, décadas mais tarde, a Disney está novamente em sua cabeça.
Collins escreveu cinco músicas e cantou em cinco línguas para "Tarzan". A odisséia do projeto começou em 1995, quando os diretores Kevin Lima e Chris Buck encontraram-se com Collins em Genebra. Logo depois, ele recebeu do produtor musical executivo, Chris Montan, um esboço e instruções específicas: nenhuma.
"Eu o deixei no aeroporto, voltei e comecei a escrever, como um menino", Collins disse. "Eu basicamente escrevi quatro das cinco coisas que você ouve no filme nas primeiras semanas."
O time de "Tarzan" recrutou Collins especificamente por seu ritmo e como um tributo por seus vários anos atrás da bateria.
Mas Collins reclama que alguns fãs o vêem apenas como a voz expressiva atrás de hits como "Sussudio", "In the Air Tonight" and "I Can't Dance", desprezando sua habilidade de mesclar percussão complexa com tocantes histórias humanas.
"Muitas pessoas nem sabem que eu toco bateria", disse.
Collins cresceu em Londres, um fã dos bateristas das big bands e de swing dos anos 40, como Sonny Payne e Buddy Rich. Esses percussionistas davam potência a bandas de baile gigantes estabelecidas pelos grandes músicos, como Count Basie e Tommy Dorsey.
"Sonny Payne e Buddy Rich eram meus heróis", ele se lembra.
Aos 19 anos, em 1970, Collins se juntou ao Genesis como baterista e se tornou o vocalista somente após a saída de Peter Gabriel em 1974 e o teste de 400 cantores.
Apesar de seu começo amedrontador com a Disney, décadas atrás, Collins sustenta que "Tarzan" representa sua próxima fase criativa, o tipo de música que ele gostaria de fazer "até desistir".
"Eu adoraria fazer mais música para filmes. E espero que as pessoas comecem a me pedir", disse Phil Collins. "Escrever para filmes e as big bands são minhas grandes paixões."


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