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Para coreógrafo, sua carreira não é convencional
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Nascido na cidade paulista de
Lins, Violla começou a estudar
dança em São Paulo com a professora Maria Duschenes, a húngara
que difundiu no Brasil o método
de Rudolf von Laban. Influenciado por Duschenes, Violla passou
a enfatizar o movimento natural
em suas primeiras coreografias,
que também eram concebidas a
partir de improvisações.
Em 1975, quando participou como coreógrafo do espetáculo
"Falso Brilhante", de Elis Regina,
ele conheceu Naum Alves de Souza, com o qual inaugurou fértil
parceria. Na época, a dança em
São Paulo vivia um momento
efervescente. No Balé da Cidade,
Antonio Carlos Cardoso mudava
o perfil acadêmico da companhia,
adotando um repertório moderno. Na sala Galpão do teatro Ruth
Escobar, bailarinos e coreógrafos
tinham um espaço exclusivo,
aberto para novas linguagens.
Outro ponto de encontro na cidade era o ateliê que Naum mantinha com seus alunos de artes
plásticas e teatro, o Pod Minoga,
que também tornou-se estúdio de
ensaios para Violla. "Sempre busquei alternativas diversas e não
me considero um bailarino com
carreira convencional", diz Violla,
que tornou-se um dos renovadores da cena paulistana ao conceber espetáculos como "Valsa para
Vinte Veias", de 1980.
Depois remontado pelo Balé da
Cidade de São Paulo, "Valsa..." foi
originalmente produzido com
um elenco de 20 alunos de Violla,
os quais representavam a massa
anônima e heterogênea das cidades. Nesse espetáculo, que estreou
nos cultuados "porões" do teatro
Ruth Escobar, os protagonistas
abandonavam a grandiloqüência
gestual para concentrar-se em sutilezas expressivas, que se estendiam à força do olhar.
Para os novos coreógrafos que
agora trabalham com Violla,
aquela época chegou como informação histórica. "Fomos nos conhecendo durante o processo
criativo que acabamos de desenvolver", diz Jorge Garcia, o pernambucano de 30 anos que participa de "Doze Movimentos para
um Homem Só".
(AFP)
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