São Paulo, segunda-feira, 01 de agosto de 2005

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Líder festeja volta do Judas Priest

DANIEL BUARQUE
DA REDAÇÃO

Nem foi preciso desenvolver a tecnologia de o "Parque dos Dinossauros". O Judas Priest clássico está de volta e vem ao Brasil.
Mais de 15 anos depois da última vez que os dinossauros que ajudaram a criar o heavy metal nos anos 70 gravaram juntos, o vocalista Rob Halford reassume seu posto para lançar "Angel of Retribution" e realizar nova turnê mundial, que passa por São Paulo dia 9 de setembro. Eles vêm com o Whitesnake de David Coverdale.
Em entrevista à Folha, Halford, que na década passada assumiu ser gay, diz que os dois grupos ainda são relevantes e têm muita música boa para fazer.
 

Folha - "Judas Rising" [Judas Levantando] abre o novo disco, a banda está de volta ao topo?
Rob Halford -
Nunca descemos do topo. Temos sido muito fortes desde os anos 70. Qualquer banda que exista há tanto tempo tem, algumas vezes, os refletores mais voltados para ela. É isso que está acontecendo agora.

Folha - Como houve a reunião?
Halford -
Tivemos um encontro na minha casa para discutir o "Metalogy", foi a primeira vez em que estávamos todos juntos desde a separação e foi maravilhoso. Todos estávamos muito empolgados e se tornou uma questão simples: "Vamos voltar a tocar juntos?", "se sim, quando?". Então decidimos fazê-lo agora.

Folha - O que você acha que mudou depois de 13 anos separados?
Halford -
Não acho que nada tenha realmente mudado. Ainda amamos o que fazemos. Se alguém estivesse se sentindo e pensando diferentemente, provavelmente não estaríamos juntos.

Folha - E como avalia o heavy metal hoje?
Halford -
É empolgante ver como o estilo cresceu e tomou tantos formatos diferentes do inicial. É recompensador pensar que somos responsáveis por tudo isso.

Folha - E as bandas novas?
Halford -
É muito importante manter a mente aberta. Meu gosto por bandas novas vai de qualquer coisa que o Slipknot esteja fazendo, o Hatebreed etc.

Folha - Nos EUA, os shows têm Queensryche, aqui, o Whitesnake, você diria que as turnês representam alguma forma de nostalgia?
Halford -
Não acho que Judas Priest seja símbolo de nostalgia. Não acho que Whitesnake represente nostalgia. Acho que somos bandas vitais e trabalhadoras que ainda têm muito o que fazer. Para mim, nostalgia é uma banda que pára de gravar e fica vivendo apenas de glórias passadas, e o Judas Priest está longe disso.

Folha - O show no Brasil terá a encenação tradicional da banda?
Halford -
Sim. Motocicletas, plataformas, fumaça, roupas de couro, tudo. Nosso público na América do Sul vai ver e ouvir exatamente o mesmo que todos nos EUA e na Europa. Tocaremos tudo de "Sad Wings of Destiny" [1976] até "Angel of Retribution" [2005], as clássicas e as novas.

Folha - Você acha que assumir sua sexualidade mudou algo na sua relação com os fãs?
Halford -
Se mudou, foi para se tornar uma relação ainda mais forte. Os fãs foram muito tolerantes. Eles mostraram uma característica muito madura e aberta. Nós, metaleiros, aceitamos todo mundo. O fato de um músico de uma banda de heavy metal ser gay não é mais um grande problema no mundo.


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