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Líder festeja volta do Judas Priest
DANIEL BUARQUE
DA REDAÇÃO
Nem foi preciso desenvolver a
tecnologia de o "Parque dos Dinossauros". O Judas Priest clássico está de volta e vem ao Brasil.
Mais de 15 anos depois da última vez que os dinossauros que
ajudaram a criar o heavy metal
nos anos 70 gravaram juntos, o
vocalista Rob Halford reassume
seu posto para lançar "Angel of
Retribution" e realizar nova turnê
mundial, que passa por São Paulo
dia 9 de setembro. Eles vêm com o
Whitesnake de David Coverdale.
Em entrevista à Folha, Halford,
que na década passada assumiu
ser gay, diz que os dois grupos
ainda são relevantes e têm muita
música boa para fazer.
Folha - "Judas Rising" [Judas Levantando] abre o novo disco, a
banda está de volta ao topo?
Rob Halford - Nunca descemos
do topo. Temos sido muito fortes
desde os anos 70. Qualquer banda
que exista há tanto tempo tem, algumas vezes, os refletores mais
voltados para ela. É isso que está
acontecendo agora.
Folha - Como houve a reunião?
Halford - Tivemos um encontro na minha casa para discutir o
"Metalogy", foi a primeira vez em
que estávamos todos juntos desde
a separação e foi maravilhoso. Todos estávamos muito empolgados e se tornou uma questão simples: "Vamos voltar a tocar juntos?", "se sim, quando?". Então
decidimos fazê-lo agora.
Folha - O que você acha que mudou depois de 13 anos separados?
Halford - Não acho que nada tenha realmente mudado. Ainda
amamos o que fazemos. Se alguém estivesse se sentindo e pensando diferentemente, provavelmente não estaríamos juntos.
Folha - E como avalia o heavy metal hoje?
Halford - É empolgante ver como o estilo cresceu e tomou tantos formatos diferentes do inicial.
É recompensador pensar que somos responsáveis por tudo isso.
Folha - E as bandas novas?
Halford - É muito importante
manter a mente aberta. Meu gosto por bandas novas vai de qualquer coisa que o Slipknot esteja
fazendo, o Hatebreed etc.
Folha - Nos EUA, os shows têm
Queensryche, aqui, o Whitesnake,
você diria que as turnês representam alguma forma de nostalgia?
Halford - Não acho que Judas
Priest seja símbolo de nostalgia.
Não acho que Whitesnake represente nostalgia. Acho que somos
bandas vitais e trabalhadoras que
ainda têm muito o que fazer. Para
mim, nostalgia é uma banda que
pára de gravar e fica vivendo apenas de glórias passadas, e o Judas
Priest está longe disso.
Folha - O show no Brasil terá a encenação tradicional da banda?
Halford - Sim. Motocicletas,
plataformas, fumaça, roupas de
couro, tudo. Nosso público na
América do Sul vai ver e ouvir
exatamente o mesmo que todos
nos EUA e na Europa. Tocaremos
tudo de "Sad Wings of Destiny"
[1976] até "Angel of Retribution"
[2005], as clássicas e as novas.
Folha - Você acha que assumir
sua sexualidade mudou algo na
sua relação com os fãs?
Halford - Se mudou, foi para se
tornar uma relação ainda mais
forte. Os fãs foram muito tolerantes. Eles mostraram uma característica muito madura e aberta.
Nós, metaleiros, aceitamos todo
mundo. O fato de um músico de
uma banda de heavy metal ser gay
não é mais um grande problema
no mundo.
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