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Crítica
Lugosi encarna paradoxos do conde Drácula
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Quem será, afinal, o Conde
Drácula? Um demônio sedutor? Uma alma torturada? Ou
uma abortiva mistura de vida e
morte?
O vampiro de "Drácula"
(Turner Classic Movies, 2h10)
é, por excelência, aquele que
rompe a interdição de aproximar esses dois mundos, o dos
vivos e o dos mortos -o que faz
por intermédio do sangue, que
lhe permite passar de um estado a outro.
Nem por isso ele deixará de
ser um fantasma, quase um super-herói das trevas.
O primeiro Drácula data de
1922 e se chamou "Nosferatu".
Era feio pra caramba, mas o filme de Murnau era genial. Esse
de Tod Browning leva vantagem ao escalar Bela Lugosi para o papel principal. Desde então, começo dos 30, Drácula ganhou a cara de Lugosi: elegante, belo, com seu olhar direto
dirigido às suas não menos belas vítimas, com o cabelo cheio
de gel.
Era um sonho feminino, o
Drácula, ou um pesadelo? Sua
felicidade ou perdição? Ou será
que um não vem sem o outro?
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