São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2006

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Crítica/"A Dama na Água"

Dê uma chance a História e embarque neste conto de fadas para marmanjos

DE WASHINGTON

As notícias da morte cinematográfica de M. Night Shyamalan foram grandemente exageradas. "A Dama na Água" não é seu melhor filme. Não está nem entre seus quatro grandes -isso de um cineasta que tem apenas sete longas na carreira. Mas está longe de ser inassistível ou incompreensível, como disse parte importante da crítica nos Estados Unidos.
É um conto de fadas para adultos, e seus defeitos e qualidades vêm do mesmo aparente paradoxo: convencer uma platéia de marmanjos a apreciar uma história infantil, em que uma ninfa chamada História surge no fundo da piscina de um prédio de apartamentos na Filadélfia com a missão de salvar o mundo e, no meio do caminho, unir pessoas e reavivar a criatividade de um escritor.
Todo o léxico do diretor está aqui: a água como elemento modificador, a criança com a ação definitiva, a importante cena no porão, a ponta do diretor, o personagem principal que procura a redenção de seu passado. Esses tiques e manias fazem o fã sorrir como se estivesse encontrando um velho amigo, mas podem alienar o espectador eventual, que não se identifica com a obra do diretor indo-americano e só quer ver seus R$ 20 renderem as duas horas no shopping, o que é plenamente justificável. Mas vale dar uma chance à história e a História. Quem embarcar no conto estará a caminho de uma grande viagem. (SD)

A DAMA NA ÁGUA
    Direção:
M. Night Shyamalan
Produção: EUA, 2006
Com: Paul Giamatti, Bryce Dallas Howard, Jeffrey Wright
Quando: a partir de hoje nos cines Iguatemi Cinemark, Bristol e circuito

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