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Crítica
Capra muda o tom em filme com Cary Grant
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Boa parte do humor de "Este
Mundo É um Hospício" (Turner Classic Movies, 19h55), de
1944, vem do contraste entre
duas simpáticas velhinhas e os
atos que costumam executar,
leia-se, envenenamentos por
arsênico.
A família toda parece bem
maluca, na verdade. E é nela
que vai aparecer o único cara
razoavelmente são, na pessoa
do crítico teatral Mortimer
(Cary Grant). Ele tentará incutir um pouco de razão na vida
das velhinhas e é a partir de então que o "nonsense" se instala
de vez nesta comédia em que
Frank Capra parece, por uma
vez, esquecer seu velho hábito
do individualismo extremo e
da oposição feroz às intervenções do Estado.
Talvez fosse esse um sinal
claro de que, com a guerra, não
era mais tempo de discutir
questões de política interna.
Talvez, também, a demonstração de que a política do "New
Deal" havia, naquele momento,
superado de uma vez a Depressão. Com a guerra encaminhada, rir talvez já não fosse só um
remédio. E é para rir muito.
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