São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2006

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Crítica

Capra muda o tom em filme com Cary Grant

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Boa parte do humor de "Este Mundo É um Hospício" (Turner Classic Movies, 19h55), de 1944, vem do contraste entre duas simpáticas velhinhas e os atos que costumam executar, leia-se, envenenamentos por arsênico.
A família toda parece bem maluca, na verdade. E é nela que vai aparecer o único cara razoavelmente são, na pessoa do crítico teatral Mortimer (Cary Grant). Ele tentará incutir um pouco de razão na vida das velhinhas e é a partir de então que o "nonsense" se instala de vez nesta comédia em que Frank Capra parece, por uma vez, esquecer seu velho hábito do individualismo extremo e da oposição feroz às intervenções do Estado.
Talvez fosse esse um sinal claro de que, com a guerra, não era mais tempo de discutir questões de política interna. Talvez, também, a demonstração de que a política do "New Deal" havia, naquele momento, superado de uma vez a Depressão. Com a guerra encaminhada, rir talvez já não fosse só um remédio. E é para rir muito.


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