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CINEMA
Documentário relata a participação do esquadrão aéreo Senta a Pua em combates na Itália
Filme mostra Brasil na Segunda Guerra
IVAN FINOTTI
da Reportagem Local
O cineasta brasiliense Érik de
Castro lança hoje o documentário
"Senta a Pua", sobre os 49 aviadores brasileiros que lutaram na Itália durante a Segunda Guerra
Mundial (1939-45). O evento, para convidados, acontece às 19h no
Teatro do Sesi, no Rio de Janeiro.
Filmado em 16 mm, com duas
horas e meia de duração e produção da BSB Cinema, o documentário conta a história do grupo de
caça Senta a Pua, da Força Aérea
Brasileira.
Cronologicamente, narra a formação do esquadrão, em dezembro de 1943; os oito meses de treinamento feito pelo grupo nos
EUA e no Panamá, em 1944; e as
missões realizadas entre outubro
de 1944 e maio de 1945, quando
terminou a guerra.
Dos 49 pilotos do Senta a Pua, 13
ainda estão vivos, mas apenas 11
lúcidos o suficiente para dar seus
depoimentos. "Filmei 25 horas de
entrevistas, que juntei com fotos e
cenas de arquivo", afirma Castro,
que levou dois anos para realizar
o documentário.
A idéia de fazer o filme surgiu
com a leitura do livro do brigadeiro Rui Moreira Lima, também
chamado "Senta a Pua". O nome
do grupo é uma expressão nordestina que significa algo como
"descer porrada" ou "lascar o
pau".
O sucesso das missões do Senta
a Pua, entretanto, levou o intelectual e jornalista Austregésilo de
Athayde a encontrar nova definição para o termo: "Lançar-se sobre o inimigo com decisão, golpe
de vista e vontade de aniquilá-lo".
A empolgação de Athayde se
justifica, por exemplo, com o episódio da tomada do Monte Castello. A Força Expedicionária Brasileira havia feito diversos ataques
ao monte, mas era sempre rechaçada -sofrendo ainda pesadas
baixas.
Em fevereiro de 45, entretanto,
com o apoio aéreo do Senta a Pua,
o monte foi conquistado.
No filme de Castro, um dos pilotos narra, de forma emocionada, a cena histórica que assistiu lá
do alto, enquanto pilotava seu
avião: os pracinhas brasileiros escalando o monte.
Segundo Castro, a maioria dos
49 pilotos que participaram da
guerra tinha entre 18 e 28 anos. O
mais velho era o comandante, coronel Nero Moura, com 33 anos
na época.
Moura morreu em 94, mas o cineasta conseguiu fotos e uma entrevista -sem imagens- que o
coronel concedeu sobre a criação
do esquadrão Senta a Pua e sobre
como acabou se tornando o chefe
do grupo.
Dos 49 aviadores do esquadrão,
cinco morreram em combate,
quatro em acidentes ou em treinamento, e 11 foram abatidos (alguns desses viraram prisioneiros
de guerra; outros escaparam espetacularmente através das trincheiras inimigas).
São tantas histórias que Castro
não dá o filme por terminado.
"Posso aumentar e dividir em episódios, por exemplo. O filme já
está em formato profissional digital para passar na televisão, mas
também pode ser projetado em
cinemas", diz o diretor, que ainda
não fechou contrato para exibição
do filme.
"Depois desse, quero filmar a
história do comandante Fernando Moccelin, um dos aviadores
do grupo. Mas aí usaremos atores. Será um filme de ficção baseado em fatos reais."
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