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GASTRONOMIA
Versatilidade do Saint Pierre faz com que o peixe vire moda da estação
nos restaurantes da cidade e já colecione apreciadores de sua carne macia
É primavera
CRISTIANA COUTO
especial para a Folha
Discretamente introduzido entre as opções de peixes e frutos do
mar de um cardápio, o Saint Pierre virou moda nos restaurantes
modernos da cidade.
De pele vermelho-coral, carne
firme e saborosa e de baixas calorias, o peixe começa a se destacar
na reformulação dos cardápios de
primavera. Geralmente cozido no
vapor ou grelhado, o Saint Pierre
ganha acompanhamentos leves que condizem com a estação, como legumes e
cuscuz marroquino, ou
servido com chutneys
e molhos suaves, como o de papaia ou
manjericão.
Resultado do
melhoramento
genético da tilápia e originário
de Israel, o Saint
Pierre chegou à
cozinha de alguns restaurantes em meados
do ano passado
e hoje já faz parte
do menu de mais
de cem estabelecimentos paulistanos. Detalhe: o peixe
chegou a São Paulo há
cerca de cinco anos sob o
nome de St. Peter. É a mesma "matriz", mas com métodos
de criação bem diferentes, como o
processo de purga e o abate por
choque térmico, que contribui
para a maciez da carne.
No restaurante Namesa, é líder
nos dias mais quentes. Em cartaz
no Lolita há alguns meses, figura
em terceiro lugar entre os mais
pedidos. Renata Braune, chef e
consultora do restaurante Le Chef
Rouge, chegou a servi-lo no lugar
do bacalhau na Páscoa e, atualmente, o filé substitui o linguado.
A versatilidade levou o peixe a
ser adotado também pelos sushimen da cidade. Alexandre Tanamate, do recém-inaugurado
Akassaka Sushi, aderiu à moda e
criou o sashimi de Saint Pierre,
montado na pele avermelhada do
próprio pescado.Antes mesmo de
ser bem aceito pela clientela, a razão para o Saint Pierre ter invadido rapidamente os restaurantes
passou pelas qualidades apreciadas pelos chefs de cozinha. "A
grande vantagem é que, por ser
criado próximo a São Paulo, ele
chega sempre fresco", diz o chef
Alex Atala, do Namesa.
Para Atala, o Saint Pierre alcança o patamar de pescados nobres,
como o tucunaré e o pargo. Outro
ponto a favor é o preço. Como
não depende da sazonalidade, ele
pode custar menos do que o linguado ou o salmão.
Para os gourmets ávidos por
novidades que contribuam para
manter a silhueta, há outras razões. Ele tem menos gordura do
que o filé de pescada (cerca de 1,3
g contra 6 g) e menos colesterol
do que o linguado, além de ser rico em um tipo de ácido graxo que
ajuda na prevenção de doenças
cardiovasculares.
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