DA REDAÇÃO

Após os primeiros minutos do documentário "Simplesmente Mick", que o Cinemax exibe hoje às 22h, percebe-se que estamos diante de uma longa peça publicitária do vocalista do Rolling Stones, Mick Jagger, 59. Na ocasião (2001), o cantor gravava seu quarto disco solo, "Goddess in the Doorway".
Inédito no Brasil e dirigido por Kevin MacDonald -que ganhou o Oscar de melhor documentário em 1999 com "One Day in September", sobre o ataque terrorista nas Olimpíadas de Munique em 1972-, "Simplesmente Mick" pode desapontar fãs que queiram saber detalhes sobre as (inúmeras) histórias que Jagger tem para contar sobre sua vida.
O filme registra então pequenos segredos e flagra inúmeras sessões em estúdios de gravação. Nessas partes do documentário, aparecem os convidados especiais do álbum, como Bono Vox, Lenny Kravitz e Pete Townshend.
E é justamente das conversas com esses artistas que surgem as declarações que contribuem para a construção de uma biografia de Jagger. Durante um almoço, Vox pergunta a Jagger: "Como você e os Beatles conseguiam escrever tantas músicas naquela época (anos 60 e 70)?". Jagger: "Não sei... A coisa fluía naturalmente. De repente, parece que hoje isso não funciona mais".
Em outro momento relevante do documentário, Jagger fala sobre velhice. "Ninguém gosta de ficar velho. Não acredito que aproveitar a vida seja prerrogativa apenas dos jovens", diz no filme.
Nas demais cenas, mostra-se alguns aspectos da intimidade do cantor, mas nada digno de um "reality show". Estão lá, por exemplo, uma visita de Jagger ao médico após sentir uma inflamação na garganta, o Jagger-pai brincando com seu filho pequeno Gabriel e uma festa na casa de Elton John. Na ocasião, os dois falam (mal) sobre um show da Madonna. "Ela quis ser pomposa. Já fizemos isso", diz John.
(BRUNO YUTAKA SAITO)