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TIM FESTIVAL
Cantora canadense, homossexual assumida, reuniu maioria de casais de mulheres anteontem, na abertura do Tim Festival
kd lang encanta com charme masculino
FERNANDA MENA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
De camisa branca aberta até o
terceiro botão, terno preto, gel
nos cabelos curtos e pés descalços,
a "musa" canadense kd lang subiu anteontem no palco principal
do Tim Festival e confundiu os
desavisados com seu visual masculino e voz doce e poderosa.
Para a maior parte da platéia, é
esse paradoxo o grande encanto
de lang, considerada um ícone
gay por ter assumido publicamente sua homossexualidade.
O show reuniu muitos casais de
mulheres e até jovens senhoras. O
clima era de romantismo intenso
e a frequência da platéia revelou
um universo gay feminino que
extrapola os clichês e os estigmas.
"kd lang é uma lésbica superassumida. Tem uma estilo bem
masculino e é muito sensual, o
que a torna um fetiche irresistível
para as mulheres", aposta a fã
Maíra Silva, 25. Entre beijinhos, o
casal Thaíssa, 22, e Carolina, 22,
admite ter descoberto apenas há
duas semanas quem é kd lang.
"Percebi que a minoria do público desse palco é heterossexual.
Mas acho furada essa história de
ícone gay. As meninas de hoje não
precisam de ninguém para levantar a sua bandeira", diz Thaíssa.
"Ela é um ícone GLS para as
mulheres mais coroas. Saiu do armário faz tempo. É assumidíssima, como nós. Esse show é um
evento gay e é muito romântico",
disse Líbera Loepert, 45, que comemorou o aniversário de namoro com Viviane Lopes, 30.
Carismática, lang desceu à platéia, galanteou o público com frases como "Espero que este seja o
início de uma longa história de
amor entre nós". Fez graça, ensaiou dancinhas e jogou charme.
"Ela é um "bofão'", disse a apresentadora Babi. "Ela é linda. Fiquei fascinada." A atriz Letícia Sabatella também se rendeu a lang:
"Ela é muito autêntica. Adorei
que ela está cantando descalça. Isso é superfeminino". As cantoras
Marisa Monte, Zélia Duncan e
Daniela Mercury também estavam no show. "Achei ela mais solta no palco do que nos discos. Sua
voz me surpreendeu", disse Mercury. lang cantou Roy Orbinson,
canções do disco que gravou com
Tony Bennet, e encerrou o show
com "So in Love", de Cole Porter,
para delírio da platéia. "Seu show
é intenso e romântico, para heteros ou homos", disse o produtor
musical Nelson Motta.
Tim Lab
Parte do público migrou para o
palco Lab logo após o final da
apresentação de kd lang. Até mesmo Beth Gibbons -depois de
um show emocionante em que escarafunchou amores sombrios e
tristes ao som de um jazz preguiçoso- foi conferir o Lambchop.
O grupo encheu o palco com
seus nove integrantes e, com músicas tranquilas, transformou o
espaço em uma grande sala-de-estar, com pessoas sentadas no
chão. Quando apostou em canções rápidas, já havia gente cochilando. O show certo no palco errado. Acordados todos ficaram
com a entrada do Los Hermanos,
que fez o público cantar e dançar
durante a maioria das músicas.
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