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Intelectuais exaltam brilho de obra-chave
DA REPORTAGEM LOCAL
Guillermo Cabrera Infante
já disse que, se James Joyce
tivesse morrido logo após a
publicação de seu primeiro
livro, "Dublinenses", ele já
seria um escritor notável.
Não são poucos os que assinam embaixo. Menos "badalado" que suas megaobras
"Ulisses" e "Finnegans Wake", o volume inaugural de
Joyce é considerado uma
obra-chave por três intelectuais ouvidos pela Folha.
Uma das principais estudiosas de Joyce no país, Munira Mutran encontra nos
contos de "Dublinenses" a
foz de toda a obra do escritor. "Ali ele encontrou seu
método de trabalho", diz a
professora da USP.
Criadora com Haroldo de
Campos do evento anual
joyceano Bloomsday de São
Paulo, ela afirma que, em
"Dublinenses" o autor irlandês "adianta todas as técnicas que ele vai usar no "Retrato do Artista Quando Jovem" e depois em "Ulisses'".
Donaldo Schüler vai além.
"Nota-se a presença de "Dublinenses" mesmo na última
obra de Joyce, "Finnegans
Wake'", afirma o tradutor
justamente do "intraduzível" "Finnegans Wake".
Schüler lembra que Joyce viveu a maior parte de sua experiência de escritor em
Trieste, na Itália, mas "sua
vida imaginativa está toda
na Dublin de "Dublinenses'".
Um dos principais críticos
literários do país, João Alexandre Barbosa salienta outra característica importante
de "Dublinenses". "Dentro
da obra importantíssima de
Joyce, este é sem dúvida seu
trabalho mais acessível."
Barbosa brinca que o nome Joyce geralmente assusta
os leitores, mas defende que
o volume "merece e pode ser
lido por qualquer um".
(CASSIANO ELEK MACHADO)
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