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São Paulo, sábado, 01 de novembro de 2003

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Intelectuais exaltam brilho de obra-chave

DA REPORTAGEM LOCAL

Guillermo Cabrera Infante já disse que, se James Joyce tivesse morrido logo após a publicação de seu primeiro livro, "Dublinenses", ele já seria um escritor notável.
Não são poucos os que assinam embaixo. Menos "badalado" que suas megaobras "Ulisses" e "Finnegans Wake", o volume inaugural de Joyce é considerado uma obra-chave por três intelectuais ouvidos pela Folha.
Uma das principais estudiosas de Joyce no país, Munira Mutran encontra nos contos de "Dublinenses" a foz de toda a obra do escritor. "Ali ele encontrou seu método de trabalho", diz a professora da USP.
Criadora com Haroldo de Campos do evento anual joyceano Bloomsday de São Paulo, ela afirma que, em "Dublinenses" o autor irlandês "adianta todas as técnicas que ele vai usar no "Retrato do Artista Quando Jovem" e depois em "Ulisses'".
Donaldo Schüler vai além. "Nota-se a presença de "Dublinenses" mesmo na última obra de Joyce, "Finnegans Wake'", afirma o tradutor justamente do "intraduzível" "Finnegans Wake". Schüler lembra que Joyce viveu a maior parte de sua experiência de escritor em Trieste, na Itália, mas "sua vida imaginativa está toda na Dublin de "Dublinenses'".
Um dos principais críticos literários do país, João Alexandre Barbosa salienta outra característica importante de "Dublinenses". "Dentro da obra importantíssima de Joyce, este é sem dúvida seu trabalho mais acessível."
Barbosa brinca que o nome Joyce geralmente assusta os leitores, mas defende que o volume "merece e pode ser lido por qualquer um".
(CASSIANO ELEK MACHADO)


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