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Ex-"patinho feio", Lady Gaga é o hit de 2009
Comparada a Madonna, cantora vendeu 4 milhões de CDs em pouco mais de 1 ano
Autora do sucesso "Poker Face", norte-americana iniciou no Canadá uma extensa turnê mundial que deve vir ao Brasil em 2010
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Ela foi chamada de "nova
Madonna" por Kanye West e de
"o futuro do pop" pelo jornal
britânico "The Observer". É
mencionada quase 60 milhões
de vezes no Google ("Obama" tem 46,9 milhões menções), e
seu primeiro disco, "The Fame" (2008), vendeu mais de 4
milhões de cópias em pouco
mais de um ano. Goste ou não
de suas músicas grudentas, em
2009 o pop foi de Lady Gaga.
Nascida em Nova York em
março de 1986, Stefani Joanne
Angelina Germanotta afirma
que sempre passou longe da
imagem de garota bonita e popular. "Na escola, eu era um patinho feio", disse a cantora à
Folha, por telefone.
"Levei um bom tempo para
me aceitar. Não me sentia bem
na escola, era forçada a me vestir como os outros, mas sempre
me espelhei em gente como
Boy George. Sempre fui esquisita e quero, com minha música, dizer aos meus fãs que não
há nada de errado nisso."
Puxado por hits estratosféricos como "Poker Face" e "Just
Dance", "The Fame" foi relançado há pouco com oito faixas
extras, entre elas o single "Bad
Romance". Na sexta, ela iniciou
sua "Monster Ball Tour" no Canadá. Os shows seguem por Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Japão e Europa. Devem
chegar ao Brasil no segundo semestre de 2010.
Em entrevista à "Rolling Stone" americana, Gaga comparou
a turnê a uma "ópera electro-pop". O "Guardian" enviou um
crítico de ópera para resenhar o
show de Toronto, sábado. "Estou coçando a cabeça para lembrar de alguma ópera na qual
houvesse uma orgia lésbica em
cima de uma cadeira de dentista", escreveu o jornalista.
Talvez as principais referências operísticas no show de
Lady Gaga sejam uma máscara
que lembra "O Fantasma da
Ópera" e alguns vocais agudos
onomatopeicos inseridos durante as canções.
Moda e música
Nos shows, nos vídeos e nas
fotos, seu visual é exagerado,
futurista, freak, metalizado,
burlesco. Frequentadora de
desfiles de Marc Jacobs e Versace, Gaga usa a moda como
inspiração para suas músicas.
"Compus "Monster" [música
do álbum de estreia] enquanto
assistia a alguns desfiles. Há
uma conexão muito forte entre
moda e música. Para mim, a
energia é a mesma."
Gaga diz ser grande fã de Grace Jones e de Yoko Ono -"muito do que faço tem a ver com
performances artísticas". "Tenho ouvido muito Morrissey,
Depeche Mode, David Bowie..."
Fãs gays
Entre 2006 e 2007, Gaga estrelou pequenos shows burlescos em clubes de Nova York. Na
época, ganhava dinheiro compondo canções para outros artistas, como Pussycat Dolls.
"Nunca", diz, ao ser questionada se alguma vez pensou em
deixar a indústria de música.
"Sou realista. Mesmo quando
não era famosa, quando estava
cantando num pequeno bar, sabia que fazia algo bom."
Em 2008, mudou-se para Los
Angeles para produzir seu álbum. Utilizou elementos do
glam rock, do pop, do gótico e
da eletrônica para combinar
música e visual.
"Gosto de escrever para outras pessoas. Algumas músicas
ficam perfeitas em outras cantoras. Mas tinha vontade de interpretar eu mesma as minhas
composições", afirma a cantora, uma das artistas mais celebradas entre os gays.
"Levou tempo e dedicação
para que minhas canções tocassem nas rádios. Foram meus
fãs gays quem primeiro ligaram
para as rádios pedindo que tocassem minhas músicas."
Sobre seu maior hit, "Poker
Face", ela conta: "É uma canção
dançante que pode ser tocada
lenta, ao piano. O mundo estava sedento por uma canção pop
diferente, potente".
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