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Seu forte é jogo com palavras
da Reportagem Local
Guillermo Cabrera Infante deixou definitivamente
Cuba em 1965. Mas sua memória nunca cruzou os limites da ilha. A evocação
memorialística do que era o
país antes de Fidel Castro é
o tema central do autor de
"Mea Cuba".
Como o próprio título do
livro acima sinaliza, outra
das características mais
marcantes de sua obra é o
modo engenhoso e bem-humorado de jogar com as
palavras (no caso, com a expressão "mea culpa").
Vencedor de prêmios como o Cervantes (o mais
prestigiado da língua espanhola) e o Seix Barral, Infante consagrou literariamente o trocadilho de bom
gosto, assim como fizera
um dos maiores ídolos dele,
o inglês Lewis Carroll
(1832-1898), autor de "Alice
no País das Maravilhas".
Seus principais livros são
"Três Tristes Tigres" (64) e
"Havana para um Infante
Defunto" (79). Em ambos,
há espaço para a velha Cuba, mas também para outra
paixão: o cinema (tema do
recente "Cine o Sardina?").
Há cerca de 30 anos, os livros de Infante são proibidos em Cuba. No mercado
negro, porém, são comercializados por dez latas de
leite condensado.
(CASSIANO ELEK MACHADO)
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