São Paulo, terça, 1 de dezembro de 1998

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Seu forte é jogo com palavras

da Reportagem Local

Guillermo Cabrera Infante deixou definitivamente Cuba em 1965. Mas sua memória nunca cruzou os limites da ilha. A evocação memorialística do que era o país antes de Fidel Castro é o tema central do autor de "Mea Cuba".
Como o próprio título do livro acima sinaliza, outra das características mais marcantes de sua obra é o modo engenhoso e bem-humorado de jogar com as palavras (no caso, com a expressão "mea culpa").
Vencedor de prêmios como o Cervantes (o mais prestigiado da língua espanhola) e o Seix Barral, Infante consagrou literariamente o trocadilho de bom gosto, assim como fizera um dos maiores ídolos dele, o inglês Lewis Carroll (1832-1898), autor de "Alice no País das Maravilhas".
Seus principais livros são "Três Tristes Tigres" (64) e "Havana para um Infante Defunto" (79). Em ambos, há espaço para a velha Cuba, mas também para outra paixão: o cinema (tema do recente "Cine o Sardina?").
Há cerca de 30 anos, os livros de Infante são proibidos em Cuba. No mercado negro, porém, são comercializados por dez latas de leite condensado.
(CASSIANO ELEK MACHADO)



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