São Paulo, segunda-feira, 02 de janeiro de 2006

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REPERCUSSÃO

MARIA DELLA COSTA, atriz:
"O Ratto era um homem extremamente sensível, amigo de tantos anos. O teatro, quando perde um elemento intelectual, a gente sente muito. Ele jamais morrerá porque contribuiu muito para o teatro. Respeito o Ratto profundamente, ele tinha um amor intenso pelo Brasil. Sinto a morte dele, mas sei que nós estamos aqui de passagem."

ANTUNES FILHO, diretor teatral:
"É mais uma grande perda que a cultura tem. Uma pessoa que não era somente artista, era um grande amigo e conselheiro. Teve uma importância capital. É doída essa perda. Seja como um homem de cultura, como um conselheiro, ou como um amigo."

SÁBATO MAGALDI, crítico teatral:
"Em primeiro lugar, temos de lembrar que o Gianni era o mais importante cenógrafo do teatro italiano quando ele veio para o Brasil. Aqui, se realizou, ficou feliz. E há um aspecto interessante: os diretores que vieram antes dele, como o Adolfo Celi, retornaram à Itália, mas o Gianni se aclimatou perfeitamente ao Brasil; se identificou com o país."

CLEYDE YÁCONIS, atriz:
"São tantos meus companheiros que se foram. A morte [para mim] não é mais dolorosa. É uma coisa normal: nascer, viver e morrer. Mas você sente saudade, é claro. O Ratto está muito mais próximo agora, porque a morte não tem afastamento. A Cacilda [Becker] vai receber mais um. O Ratto era um dos poucos que fazia direção, cenário e figurino. Sabia cortejar, como um bom italiano, com a delicadeza de um cavalheiro."

NIDIA LÍCIA, atriz:
"Foi um homem de enorme valor como cenógrafo e diretor. Era o último da velha-guarda e deixou uma marca no teatro brasileiro. É uma pena ele ter desaparecido e deixado essa lacuna no teatro."

AIMAR LABAKI, diretor e dramaturgo:
"O Gianni, independentemente de ser italiano ou brasileiro, dos anos 50 para cá, foi o que mais fez pela dramaturgia brasileira. Sempre ligado e preocupado com a dramaturgia brasileira. Só por isso, o lugar dele é único."

J.C. SERRONI, cenógrafo:
"Ele, para mim, foi inspirador. Daqueles cenógrafos que você quer ser um dia. No Brasil, eu tenho duas referências: ele e o Flávio Império. Fico muito triste."

CELSO FRATESCHI, ator:
"Me emociona muito, porque era um grande cara. Tinha uma clareza e uma rigidez ética e estética. Não abria mão da qualidade e do conceito em tudo que fazia. Cada olhar, cada questão dele era instigante. Nos provocava o tempo inteiro, para que a gente fosse mais fundo, para que chegássemos na essência, na alma. É um mestre, no sentido mais bonito da palavra. Não seríamos os mesmos aqui no Brasil se não fosse ele."

MARCO ANTONIO RODRIGUES, diretor:
"Sempre foi um oceano de cultura. Nos ensinou muito e foi um dos fundadores do movimento Arte contra a Barbárie. Tinha uma visão da cultura como uma questão central para o Estado; da cultura como uma necessidade da sociedade. Morreu com 89 anos, mas foi um dos mais jovens que conheci. Tinha amor à vida. Era de uma estirpe de artista que vai ficando mais rara. A arte dele estava comprometida com a vida."

ARIELA GOLDMANN, diretora:
"Perdemos uma pessoa generosa. Tenho certeza de que não tem ninguém para quem ele não tenha ensinado algo. Teve importância crucial na cultura brasileira. Com ele aprendi que a primeira pessoa que tinha de ficar satisfeita com meu trabalho era eu."


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