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DOCUMENTÁRIO
Filme retrata fotógrafo que fez jazz para os olhos
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REPORTAGEM LOCAL
"A fotografia é jazz para os
olhos". A frase, do fotógrafo californiano William "Bill" Claxton,
explica não apenas sua abordagem da profissão que escolheu,
mas também o fato de ter decidido trabalhar prioritariamente
com músicos de jazz.
No documentário "Jazz Seen:
The Life and Times of William
Claxton" (Jazz visto: a vida e a
época de William Claxton), que o
Film & Arts exibe hoje, às 22h, o
espectador tem a chance de conhecer os detalhes da vida de um
dos maiores fotógrafos da história
do jazz, o homem que, já no começo de sua carreira, registrou
lendas como Charlie Parker, Miles Davis, Thelonious Monk e,
principalmente, Chet Baker, com
quem desenvolveu uma amizade
e fez fotos que lhe deram fama.
Fascinado desde pequeno pelo
aspecto visual da luz, Claxton começou a fazer fotos com pouca
idade. "Acho que tive uma intuição precoce: cada vez que você faz
uma foto, você preserva um momento quase para sempre. Um
momento que nunca voltará a
acontecer", explica o fotógrafo. O
documentário intercala depoimentos de Claxton com encenações de passagens marcantes de
sua vida, acrescentando depoimentos de admiradores como o
compositor Burt Bacharach, o diretor John Frankenheimer e o
ator Dennis Hopper.
No filme, o fotógrafo explica sua
técnica, que mudou a maneira de
fotografar o jazz (antes dele, as fotos eram basicamente de rostos
suados e brilhantes em algum
ambiente enfumaçado). "À medida que eles [os músicos] se movem, posso ver como seus corpos
e rostos prendem a luz, e é aí que
aperto o botão", define.
Apesar dos deslizes da tradução
e de alguns momentos esquizofrênicos (como quando abandona completamente o assunto fotografia e se concentra em Chet
Baker e no uso de drogas), o documentário é uma bela introdução ao mundo de Claxton, dos fotógrafos e do jazz.
William Claxton
Quando: hoje, às 22h, no Films & Arts
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