São Paulo, terça-feira, 02 de janeiro de 2007

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Crítica

Filmes mostram charme de Moreau

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Jeanne Moreau, atriz que conseguia levar ao seu rosto todo um drama. Mulher de uma beleza marcante, única, graças à companhia de alguma leve imperfeição, com certa olheira ali e rugas lá.
Uma atriz mais charmosa que bonita? Diria que bonita porque charmosa. Um charme cinematográfico, como imagem que se faz sedutora quando em presença na tela. Ótima profissional que emprestava seu corpo à cena, sem deixar de lado a atuação (impecável).
E nesse casamento entre peça de carne a ser vista e performance rara, Moreau tornou-se valiosa para os grandes cineastas (que viam nela o tal charme cinematográfico?). Louis Malle a utilizou, tenra, em vários filmes, assim como Buñuel, Losey, Fassbinder e Orson Welles. Mais tarde, Wim Wenders contaria com sua presença, e hoje a atriz ainda empresta seu talento a diretores estreantes.
Uma franca caridade para quem trabalhou sob as rédeas de um Michelangelo Antonioni. Em "A Noite" (Telecine Cult, 23h55), ela desfila pelas ruas com seu andar sensual e costas nuas. A cena final, da leitura da carta ao lado de Mastroianni, é histórica.
Moreau também fez bonito com François Truffaut. Em "A Noiva Estava de Preto" (Telecine Cult, 20h), ela interpreta uma viúva assassina, entre o gélido e o sensual, que conhece uma vítima (Charles Denner) que se apaixona loucamente por ela. E ele é um pintor, não um cineasta.


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