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Crítica
Filmes mostram charme de Moreau
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Jeanne Moreau, atriz que
conseguia levar ao seu rosto todo um drama. Mulher de uma
beleza marcante, única, graças
à companhia de alguma leve
imperfeição, com certa olheira
ali e rugas lá.
Uma atriz mais charmosa
que bonita? Diria que bonita
porque charmosa. Um charme
cinematográfico, como imagem que se faz sedutora quando em presença na tela. Ótima
profissional que emprestava
seu corpo à cena, sem deixar de
lado a atuação (impecável).
E nesse casamento entre peça de carne a ser vista e performance rara, Moreau tornou-se
valiosa para os grandes cineastas (que viam nela o tal charme
cinematográfico?). Louis Malle
a utilizou, tenra, em vários filmes, assim como Buñuel, Losey, Fassbinder e Orson Welles.
Mais tarde, Wim Wenders contaria com sua presença, e hoje a
atriz ainda empresta seu talento a diretores estreantes.
Uma franca caridade para
quem trabalhou sob as rédeas
de um Michelangelo Antonioni. Em "A Noite" (Telecine
Cult, 23h55), ela desfila pelas
ruas com seu andar sensual e
costas nuas. A cena final, da leitura da carta ao lado de Mastroianni, é histórica.
Moreau também fez bonito
com François Truffaut. Em "A
Noiva Estava de Preto" (Telecine Cult, 20h), ela interpreta
uma viúva assassina, entre o
gélido e o sensual, que conhece
uma vítima (Charles Denner)
que se apaixona loucamente
por ela. E ele é um pintor, não
um cineasta.
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