São Paulo, segunda, 2 de março de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O colar de cristal

HELOISA SEIXAS

O filósofo francês André Glucksmann conta dos horrores que viu na Argélia. Visitou aldeias destruídas pelo terror islâmico, o chão vermelho de sangue. Nas casas incendiadas, pisou em pedaços calcinados de carne humana. Mas entre todos os terrores, o pior talvez seja seu relato sobre a casa de uma velha assassinada. No chão, caído, havia um colar de cristal. Estava fechado. Mas só quando viu o sangue coagulado nas pedras do colar, ele compreendeu. No instante da matança, o colar deslizara para o chão com o fecho intacto: a cabeça da mulher fora decepada.




Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.