São Paulo, segunda, 2 de março de 1998

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ARTE PARA EXPORTAÇÃO
Literatura, música e cinema brasileiros conquistam novos espaços na capital da França
Brasil cresce no mercado cultural francês

Cena de "Dona Flor e Seus Dois Maridos", que será exibido em Paris MARIANE COMPARATO
de Paris

A escolha do Brasil para ser o tema da edição 98 do Salão do Livro de Paris influenciou o mercado cultural francês. Obras de escritores brasileiros estão sendo traduzidas e publicadas em maior escala, um ciclo de filmes nacionais, com clássicos como "Dona Flor e Seus Dois Maridos", de Bruno Barreto, será realizado em cinemas parisienses e até uma exposição sobre candomblé está sendo preparada na cidade. Além disso, a revista "L'Affiche", especializada em música negra, traz em seu número de fevereiro uma página sobre a cantora Fernanda Abreu, pintando-a como "diva do samba rap funk". "É provavelmente o país mais sedutor da América do Sul. O Brasil passa a imagem de felicidade", afirma a professora de língua e literatura portuguesa e brasileira da Sorbonne Anne-Marie Quint. A atriz Neusa Thomasi, que mora há dez anos em Paris, concorda: "O Brasil é um mito na França. Todo francês tem o sonho de um dia botar o pé no Brasil". Já o jornalista Rémi Kolpa Kopoul, da Radio Nova e redator-chefe da revista de mesmo nome, se diz um "estrangeiro gozador". Apaixonado pelo Brasil, fala português e ajudou a modernizar a imagem do país na França. A edição de março da revista, por exemplo, trará textos de autores brasileiros, como Rachel de Queiroz e Dias Gomes. "Queremos mostrar que Brasil não é só música e Copa do Mundo", diz. A Radio Nova, considerada uma lançadora de modas, toca músicas brasileiras atuais, como Marisa Monte e Carlinhos Brown. "Todos os artistas brasileiros que passam por Paris vão à rádio dar uma palavrinha", conta Rémi. Os dois últimos convidados foram Jorge Ben Jor e Fernanda Abreu.



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