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Ciclo exibirá filmes inéditos
de Paris
Um ciclo de cinema brasileiro,
que acontecerá de 20 a 31 de março, pretende retomar o tema da
adaptação literária para o cinema
no Brasil. A retrospectiva Écriture
en 24 Images (Escrita em 24 Imagens) vai trazer obras inéditas na
França, como "A Ostra e o Vento", de Walter Lima Jr., "Miramar", de Julio Bressane, e "Quem
Matou Pixote?", de José Joffily.
Ao todo, serão 15 filmes brasileiros, trazidos pelas sócias Kátia
Adler e Paula Vandenbussche. Haverá também clássicos como
"Dona Flor e Seus Dois Maridos",
de Bruno Barreto, e "Ópera do
Malandro", de Ruy Guerra.
A mostra pretende homenagear
Joaquim Pedro de Andrade, mas,
por enquanto, Adler e Vandenbussche conseguiram apenas um
filme do cineasta: "Macunaíma".
O diretor Nelson Pereira dos
Santos, convidado de honra do ciclo, virá especialmente para a ocasião. E Walter Lima Jr. assitirá à
projeção de "A Ostra e o Vento".
Orixás e misticismo
Em maio, os franceses vão poder
conhecer um pouco da cultura dos
principais Orixás do Brasil.
"Les Orixás des Pieds à la Tête"
("Os Orixás dos Pés à Cabeça") é
uma instalação assinada pela artista plástica Déborah Chaves, que
será montada na Galerie Victoria.
O espectador compra um ingresso dividido em sete partes. Para
cada dia da semana, haverá uma
apresentação diferente, com duração de 20 minutos, sobre o orixá
que rege o dia.
"Nosso interesse é mostrar isso
tudo como raiz profunda da cultura brasileira", afirma a atriz e diretora Neusa Thomasi, que ajudou a
montar a peça.
"Os franceses se interessam por
essa cultura, do candomblé, misticismo", disse Thomasi.
Teatro brasileiro
Uma montagem de "Anjo Negro", de Nelson Rodrigues, deve
estrear em Paris até o fim do ano.
A versão francesa, "Enjeu Noir",
é assinada por Thomasi, que mora
na França desde que veio apresentar a peça "Macunaíma", de Mário de Andrade, com a trupe de
Antunes Filho.
Thomasi fez uma criação sobre a
obra de Rodrigues: "Transformei
todo o texto em imagem e movimento, o que Nelson Rodrigues
diz em palavras eu conto por meio
de projeções, cor, luz e som", afirma. Desse modo, "Enjeu Noir"
transformou-se, segundo a atriz,
em uma tragédia musical.
(MC)
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