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São Paulo, quarta-feira, 02 de abril de 2003

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DEBATE

Evento discute relação entre TV e história

DA REPORTAGEM LOCAL

A relação entre a televisão e a história foi o tema de debate que aconteceu anteontem na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
Além de professores da USP, participaram do encontro, batizado de "Televisão Faz Bem para a Memória", Maria Adelaide Amaral, autora da minissérie "A Casa das Sete Mulheres", que aborda a Revolução Farroupilha, e Denise Saraceni, diretora de "A Muralha" (2000), sobre a formação de SP.
Elias Thomé Saliba, professor do Departamento de História da USP, afirmou que é "inútil" apontar falhas históricas nas minisséries. "É preciso tirar a discussão sobre teledramaturgia do terreno das evidências, mesmo porque a própria história é um conhecimento conflituoso."
Ele disse, no entanto, que o roteiro tem de respeitar dados históricos mínimos, como datas, cenários e personagens.
Maria Adelaide afirmou que se preocupou muito quando precisou alterar algum fato histórico em "A Casa". "Sempre fiz mudanças com cuidado, evitando prejudicar a essência da histórica."
Ela disse ainda que a atual crise pela qual passa a televisão "pode originar aquela frase equivocada de que o público quer merda". "O público não quer merda", continuou. "Não é verdade que os "ratinhos" e "big brothers" da vida sejam um padrão a ser seguido."
Afirmou que acha "um verdadeiro milagre" que, nesse contexto de dificuldade orçamentárias, ela tenha conseguido levar ao ar as minisséries históricas "A Casa" e "A Muralha", sobre a formação de SP. "São produções caras."
Outro "milagre", para ela, é a boa audiência das séries, exibidas por volta da meia-noite. "Ver televisão nesse horário é um ato heróico do telespectador. Isso só mostra que as pessoas são ávidas para conhecer sua história."
Saraceni disse que, em sua avaliação, a Globo iniciou a produção de minisséries "na tentativa de conquistar a intelectualidade brasileira". "As novelas sempre foram produtos de massa. As séries, ao adaptar obras literárias, poderiam conquistar outro público."


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