São Paulo, sábado, 02 de abril de 2011

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CRÍTICA

Vivência de diretor dá emoção a resgate de experiência educativa

CRÍTICO DA FOLHA

"Vocacional, Uma Aventura Humana" é um documentário na primeira pessoa do plural. Nele, a voz do diretor Toni Venturi se soma à de pessoas que participaram de uma experiência única na educação pública brasileira: os ginásios vocacionais.
Criados nos anos 60 pela educadora Maria Nilde Mascellani, com unidades em São Paulo, Batatais e Americana, os ginásios ofereciam um modelo progressista de educação, na qual os alunos eram estimulados a questionar a realidade à sua volta.
Eles podiam, por exemplo, participar de trabalhos voluntários em favelas ou viajar à Bolívia para conversar com militares de fronteira.
É claro que, em dado momento, essas atividades começaram a ser mal vistas pelo governo militar. Depois que um professor demitido acusou a escola de tentar converter os alunos ao comunismo, a experiência foi interrompida e Mascellani, perseguida pelo governo.
Para resgatar essa história, Venturi ouve estudantes e professores, usa fotos e filmes de época e se coloca em cena com seus pensamentos sobre aquela experiência.
Como ex-aluno, sua participação é plenamente justificada e dá mais peso emocional ao filme, embora sua narração e sua presença tenham algo de calculado, que contrasta com a espontaneidade dos outros depoimentos.
É um pequeno senão em um filme que tem uma virtude essencial: jogar luz sobre uma experiência específica para iluminar uma questão muito maior, a falência do nosso sistema educacional.
Ao ver o documentário, é inevitável conjeturar que este seria um país melhor se o modelo dos vocacionais tivesse sido ampliado, em vez de abortado. (RICARDO CALIL)

VOCACIONAL, UMA AVENTURA HUMANA

DIREÇÃO Toni Venturi
QUANDO hoje, às 21h, e amanhã, às 15h, no Cine Livraria Cultura, em SP; quinta (7/4), às 17h e às 21h, no Unibanco Arteplex, no Rio
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO bom


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