São Paulo, terça-feira, 02 de maio de 2000


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ARNALDO JABOR
Corrupção global vai do angu até o FBI

Na qualidade de detetive amador, o que me chamou atenção para a rede global de crimes, senhor promotor, foi o preço das "quentinhas" e o fato de que, ao abrir uma delas, Cadelão, pardo, detento com Aids na penitenciária de Bangu, tenha berrado como num presságio: "Esta porra eu não como!".
Foi aí que eu pensei: "Um prato feito com angu, bofe e feijão pode lá custar R$ 8,90 ao Estado do Rio, se antes era apenas R$ 6,40? Como o Garotinho pode pagar isso ao Jair Coelho, rei das "quentinhas" e das latas de lixo, e à sua mulher e sócia Ariadne, ex-pantera, ex-loura burra e atual perua emergente? Aí tem coisa!".
Verifiquei então, senhor promotor, que Coelho era o único fornecedor da praça e que ele caucionava seu contrato com TDAs, "títulos da dívida agrária", emitidos pelo Incra para a reforma agrária (pobre MST!), sendo que esses títulos eram de uma fazenda inexistente (dentro d'água), mas registrada em nome de um tal de Gomes (lembrei-me do saudoso Gomes, o rei do melhor angu do mundo -não aquele angu-de-caroço que Cadelão recusara na prisão), sendo que este homem teria ligações com o "pastor de almas" Caio Fábio, o anunciador do dossiê Caribe em associação -dizem- com Leopoldo Collor, Maluf e os elementos Oscar de Barros e José Ferraz (agora despertados para a fama), que teriam o intento de provar que o presidente FHC tinha uma conta conjunta nas Bahamas, (não no puteiro, mas na ilha...) com outros tucanos, dossiê Caribe esse que visava prejudicar o Covas, na eleição contra o Maluf, sendo que o "homem de Deus" Caio Fábio nega para suas ovelhas que tenha sido ele quem forjou o tal dossiê e sim o doleiro James Deegan (ex-Jamil Degan, árabe), em Miami, junto com um tal de José Ferraz, preso pelo FBI em Boca Raton, e que o dossiê Caribe teria sido oferecido ao Lula e ao Brizola e ao ACM por Gilberto Miranda, da Franca Zona de Manaus, e por Lafaiete Coutinho, ex-presidente do Banco do Brasil e pai de uma das noras de Maluf, de modo a fortalecer a "Conexão Esfiha", tão diligentemente preservada por seu "negro de ganho" Celso Pitta, atual ex-marido de Nicéa (a "estraga-prazeres"), conexão, ou melhor, quadrilha essa que reúne vereadores paulistas, fiscais de camelôs, meganhas, piranhas e concessionárias francesas de coleta de lixo e que foi denunciada pelo saudoso Gilberto de Tal, ex-camelô e atual "presunto", devidamente executado e já enterrado com lágrimas em Natal, quadrilha essa que também dava altos lucros em estacionamentos oficiais para o jovem Flávio Maluf, cuja cara é um mix cuspido e escarrado do pai Maluf com Woody Allen (que negou tudo, claro), sendo que o seu amigo Ferraz (que ele alega não conhecer) é primo de Fábio Monteiro de Barros, ora foragido e dono da construtora Ikal, que fez a sede do TRT de São Paulo, com o desvio de R$ 169 milhões pelo juiz Lalau, escondido dentro de seu Porsche prateado em Miami, Lalau este dono da empresa Hillside Inc. nas Bahamas (a ilha, não o puteiro), sócio-fantasma do já mencionado Ferraz, dono da Overland Financial, também acusado nos EUA de lavagem de grana do narcotráfico, inclusive grana de Fernandinho Beira-Mar, atualmente esquartejando por celular do Paraguai, sendo que Ferraz é irmão do vice-presidente da Ikal, que repassou parte do tutu (R$ 34 milhões) para Luís Estevão, senador da República atualmente em crise existencial, sendo que o supracitado Ferraz (nos comunicam o FBI e a Interpol) também é acusado de corromper funcionários da prefeitura de Pitta em favor da Metrored, empresa americana, para a instalação, com "bola", de cabos de fibra ótica, por entre os esgotos de merda do subsolo da cidade, onde se cavou o grande túnel do Ibirapuera, a jóia da coroa de Maluf, superfaturada em R$ 1,8 bilhão, com "nihil obstat" do Tribunal de Contas do Estado que, apesar de pareceres de técnicos honestos, aprovou as contas de Reinaldo de Barros (que nega tudo) e de Maluf, atualmente em Paris, de onde não volta tão cedo, jantando no Pré Catalan e xingando o garçom, sendo que o malfadado dossiê Caribe teria também interessado o imigrante Naji Nahas, emérito derrubador de Bolsas de Valores, que queria usá-lo para provocar uma grave crise política, de modo a arrebentar as Bolsas brasileiras para, assim, faturar cerca de US$ 200 milhões, aproveitando-se da maravilhosa chance de o Brasil estar bem na beirinha do abismo, sem a confiança da comunidade internacional, o que provocaria uma quebra, um "crash", um "bust", um "shit" em nossa economia, junto com o colapso da Ásia e da Rússia, sendo que a desgraça do Brasil (oba!!!) traria lucros gordos para a "Conexão Esfiha" (que nega tudo) e poderia também trazer vantagens para o Fidelity Group, dono da Metrored, que é a maior gestora de dinheiro do mundo e que, com outras megacorretoras, foi muito beneficiada pela política de abertura de mercados forçada pelo Tesouro americano não só aqui como na Ásia, pois a administração de Clinton, Rubin e Summers assim pagou os favores destas supercorretoras que financiaram sua reeleição, permitindo que a dita indústria financeira penetrasse como um pênis americano na Ásia e na Rússia, empanturrando os especuladores amarelos com maus empréstimos ("bad loans"), o que quase levou o mundo ao beleléu em 98, erro muito mais grave que o pecado de sexo oral com a Monica Lewinski ou a acusação de que teria fornecido informações a chineses para satélites artificiais em troca de grana de campanha, assunto que não é de minha alçada, senhor promotor, mas que acaba sendo a outra ponta do fio de Ariadne (ah! ah!), a meada que vai desde o angu-de-caroço do Rio, passando pela esfiha envenenada de São Paulo até Washington, sendo que tudo se acendeu para mim num claro instante, senhor promotor, quando o nosso Cadelão gritou, vendo a "quentinha" superorçada do Garotinho, do Coelho e da Perua, em Bangu: "Esta porra eu não como!".


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