São Paulo, domingo, 02 de maio de 2010

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Crítica

Madame Bovary e Rambo são personagens deslocados

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não importa quais e quantas sejam as diferenças entre eles, hoje estamos em face de dois personagens romanescos: madame Bovary e Rambo.
Para Bovary, a personagem provinciana de Flaubert retomada por Claude Chabrol em "Madame Bovary" (Futura, 1h30, classificação não informada), o front são os salões parisienses, com seu brilho e prestígio. Tudo aquilo que seu marido médico e medíocre não pode oferecer.
Para o guerreiro de "Rambo - Programado para Matar" (TCM, 22h; 14 anos), o front é lá mesmo, no Vietnã -que é a sua Paris. O personagem não tem nada a fazer nos EUA, e os EUA não têm nem emprego para ele. Esses dois seres deslocados estão condenados à infelicidade. Talvez a diferença mais marcante entre eles seja que Rambo ao menos pode contemplar sua desgraça. Bovary, nem isso.


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