São Paulo, sexta, 2 de maio de 1997. |
Texto Anterior | Índice JORGE LUIS BORGES sobre o escritor
``Como aquele espanhol que
pela virtude de uns livros chegou
a ser `Dom Quixote', Schwob,
antes de exercer e enriquecer a
literatura, foi um maravilhado
leitor. Tocou-lhe como sorte a
França, o mais literário dos países. Tocou-lhe como sorte o século 19, que não desmerecia o
anterior. De estirpe de rabinos,
herdou uma tradição oriental que
agregou às ocidentais. Sempre foi
seu o âmbito das profundas bibliotecas. Estudou o grego e traduziu Luciano de Samosata. Como tantos franceses, professou o
amor pela literatura da Inglaterra. Traduziu Stevenson e Meredith, obra delicada e difícil. Admirou imparcialmente Whitman
e Poe. Interessou-lhe o `argot'
medieval, que François Villon tinha manejado. Descobriu e traduziu `Moll Flanders', que pode
ter-lhe ensinado bem a arte da
invenção circunstancial. |
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