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ARTES PLÁSTICAS
Curadores e críticos debatem evento
Mostra dos 50 anos da Bienal não fala de Ciccillo, o homenageado
DA REPORTAGEM LOCAL
"Não há referências a Ciccillo
Matarazzo na mostra dos 50 anos
da Bienal, nem sequer seu nome
completo ou data de nascimento", disse Ivo Mesquita na última
sexta-feira, durante debate promovido pela Folha sobre a exposição Bienal: os Primeiros 50
Anos -Uma Homenagem a Ciccillo Matarazzo.
Participaram do debate os curadores da mostra Pedro Cury (arquitetura), Maria Alice Milliet
(artes visuais) e Marili Brandão
(design) e ainda Mesquita, diretor
do Museu de Arte Moderna de
São Paulo, Agnaldo Farias, curador brasileiro da 25ª Bienal de São
Paulo, e Felipe Chaimovich, crítico da Folha.
Para uma platéia composta por
vários artistas, como Regina Silveira e Alex Flemming, e ainda
personalidades ligadas às artes,
como o curador da 25ª Bienal de
São Paulo, Alfons Hug, os debatedores trataram especialmente da
polêmica em torno das obras de
arquitetos e designers na mostra.
"Há uma esquizofrenia em curso: em virtude do isolamento causado pela ditadura militar no Brasil, não há diálogo entre as disciplinas, e isso se reflete na exposição", apontou Farias.
Falta de comunicação
Já para Mesquita, a falta de comunicação entre arquitetura, design e artes plásticas na mostra
ocorreu porque "dividiu-se a curadoria em segmentos o que não
representa uma prática interdisciplinar".
A constatação de Mesquita foi
comprovada nas apresentações
realizadas pelos curadores na introdução dos debates: cada um
defendeu apenas a sua própria
área, e não a mostra de forma global.
Chaimovich chamou a atenção
para a organização formal da
mostra: "A desordenação labiríntica é um incômodo para o público, e a articulação do conjunto
não evidência o conceito da mostra". Para o crítico da Folha, a exposição tem como resultado um
caráter conservador, ao contrário
do ímpeto modernizante das bienais de Ciccillo.
Os curadores, como justificativa
para o ataque, apontaram o tempo escasso para a montagem.
"Começamos em outubro do ano
passado, quando os debates estavam esquentando, em abril, já era
hora da montagem", afirmou
Maria Alice Milliet.
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