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Viúva do músico hoje trabalha como diarista
DA AGÊNCIA FOLHA
Dos tempos de apresentações e
casa cheia de compositores só sobraram alguns discos e fotos. A
viúva de Jackson do Pandeiro,
Neuza Flores, 58, que viveu com o
"rei do ritmo" durante 15 anos depois que ele se separou da primeira mulher, trabalha hoje como
diarista em São Paulo.
Neuza, que agora mora em
Mauá, município da região metropolitana de São Paulo, chegou
a ser uma das integrantes do conjunto Os Borboremas, que se
apresentava com Jackson. Ela tocava agogô e fazia parte do coro.
Esteve desempregada -ela diz
que os direitos autorais são recebidos por parentes do músico-,
e sua situação só começou a melhorar com a elaboração da primeira biografia do artista: "Me localizaram, eu estava passando dificuldade, então arranjaram para
eu trabalhar como diarista na casa
do Jarbas Mariz, que é músico".
Mariz tocou com Jackson no
projeto Pixinguinha, em que percorriam o país fazendo apresentações, e gravou recentemente um
CD com músicas de Jackson.
"Ele não queria me chamar para
limpar a casa dele, porque estava
constrangido por eu ser mulher
de Jackson. Agora ele já me arranjou até outros lugares para trabalhar", disse Neuza, que conheceu
Jackson em 1967, ano em que ele
estava se divorciando de Almira
Castilho, sua companheira de
shows e composições.
Neuza, que nessa época era metalúrgica, foi ver uma apresentação da dupla, de quem era fã, no
forró de Pedro Sertanejo, no Belenzinho, em São Paulo.
"Fui ao camarim conhecê-los, e
depois Ary Lobo me chamou para
jantar com ele e Jackson. Quando
foram me levar em casa, já pela
manhã, ficaram para almoçar
com meus pais, que também
eram seus fãs. Para surpresa de
todos, quando estávamos na mesa, Jackson pediu permissão para
eu morar com ele no Rio", diz.
"Ele era simples demais, passava o dia todo de short e chinelo.
Ficava arrumando o pandeiro.
Comprava um, desmontava todinho e montava do jeito dele.
Quando não era isso estava tocando violão ou trabalhando em músicas", disse Neuza.
(FK)
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