São Paulo, segunda-feira, 02 de julho de 2001

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Viúva do músico hoje trabalha como diarista

DA AGÊNCIA FOLHA

Dos tempos de apresentações e casa cheia de compositores só sobraram alguns discos e fotos. A viúva de Jackson do Pandeiro, Neuza Flores, 58, que viveu com o "rei do ritmo" durante 15 anos depois que ele se separou da primeira mulher, trabalha hoje como diarista em São Paulo.
Neuza, que agora mora em Mauá, município da região metropolitana de São Paulo, chegou a ser uma das integrantes do conjunto Os Borboremas, que se apresentava com Jackson. Ela tocava agogô e fazia parte do coro.
Esteve desempregada -ela diz que os direitos autorais são recebidos por parentes do músico-, e sua situação só começou a melhorar com a elaboração da primeira biografia do artista: "Me localizaram, eu estava passando dificuldade, então arranjaram para eu trabalhar como diarista na casa do Jarbas Mariz, que é músico".
Mariz tocou com Jackson no projeto Pixinguinha, em que percorriam o país fazendo apresentações, e gravou recentemente um CD com músicas de Jackson.
"Ele não queria me chamar para limpar a casa dele, porque estava constrangido por eu ser mulher de Jackson. Agora ele já me arranjou até outros lugares para trabalhar", disse Neuza, que conheceu Jackson em 1967, ano em que ele estava se divorciando de Almira Castilho, sua companheira de shows e composições.
Neuza, que nessa época era metalúrgica, foi ver uma apresentação da dupla, de quem era fã, no forró de Pedro Sertanejo, no Belenzinho, em São Paulo.
"Fui ao camarim conhecê-los, e depois Ary Lobo me chamou para jantar com ele e Jackson. Quando foram me levar em casa, já pela manhã, ficaram para almoçar com meus pais, que também eram seus fãs. Para surpresa de todos, quando estávamos na mesa, Jackson pediu permissão para eu morar com ele no Rio", diz.
"Ele era simples demais, passava o dia todo de short e chinelo. Ficava arrumando o pandeiro. Comprava um, desmontava todinho e montava do jeito dele. Quando não era isso estava tocando violão ou trabalhando em músicas", disse Neuza. (FK)


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