São Paulo, terça, 2 de setembro de 1997.



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OUTROS LANÇAMENTOS

Assis Valente
Assis Valente, um dos compositores mais originais que o Brasil já teve, lidera a segunda leva de relançamentos do Acervo Funarte. Nesta homenagem gravada em 87, nomes como Paulo Moura, Clara Sandroni e Célia rejuvenescem temas geniais como "Alegria", "Uva de Caminhão" ou "Fez Bobagem". Mas ninguém faz sombra à sambista de fato Leci Brandão, que enobrece -como se isso fosse necessário- "...E o Mundo Não se Acabou" e "Camisa Listrada". (PAS)

Herivelto Martins
Caso parecido é o de "Que Rei Sou Eu?", tributo de 89 a Herivelto Martins, compositor-mor (e marido) de Dalva de Oliveira. Elizeth Cardoso, Pery Ribeiro e Zezé Motta cantam "Camisola do Dia", "Edredom Vermelho", "Bom-Dia", "Izaura" e outras fofuras. O próprio Herivelto solta a voz em "Ave Maria no Morro", "Cabelos Brancos" e mais um punhado de canções. Mas não sobra para ninguém: Elizeth é quem agiganta temas como "Segredo" e "Caminhemos". (PAS)

Elizeth Cardoso
Elizeth domina também "Uma Rosa para Pixinguinha", homenagem ao instrumentista lançada em 83. A "divina" canta poemas feitos sobre temas de Pixinguinha, como "Ingênuo", a genial "Yaô", "Rosa", "Carinhoso". É acompanhada por Radamés Gnattali e pela Camerata Carioca, responsáveis também por diversos momentos instrumentais -alguns dos quais ("Glória", "Marreco Quer Água") acrescidos ao CD como bônus que não haviam cabido no vinil original. (PAS)

Kleber Albuquerque
Kleber Albuquerque estréia em "17.777.700" (Dabliú) como poeta promissor à procura de intérpretes. As cantoras andam aí à solta, furiosas por encontrar seus tradutores, mas ele, ainda não descoberto, tem que se lançar cantor sem sê-lo. Os versos engenhosos são interpretados de forma tão irregular que nem permitem perceber o que há de melodia em sua obra. Também os arranjos são às vezes de doer (ouça o não-arranjo de "Resto" ou o pop sintetizado de "Cuia"). (PAS)

Klaus
O roqueiro Klaus chega, em disco homônimo lançado pela BMG, temperando covers de colegas e/ou influenciadores (a deliciosa "Alguém como Eu", de Alvin L.; a simpática "Rolam as Pedras", de Kiko Zambianchi; "Quando", de Roberto e Erasmo; "Ninguém", de Paulo Ricardo) com material próprio. É correto, mas peca pela pasmaceira das composições próprias e pelos velhíssimos vocais femininos que insere nos clássicos de Roberto Carlos e Zambianchi. (PAS)

Lavelle White
Raízes, tronco, galhos e folhas. Diretamente de Austin (Texas), chega o CD "It Haven't Been Easy" (Eldorado), uma árvore genealógica de boa qualidade do blues. Lavelle White passeia sem problemas do blues rural das margens do Mississipi ao som elétrico de Chicago. Com vocais vibrantes talhados em 50 anos de carreira, só não consegue convencer que "não tem sido fácil", como diz o título. (CASSIANO ELEK MACHADO)



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