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FILMES
Nunca Fui Beijada
Globo, 15h35.
(Never Been Kissed). EUA, 1999, 107 min.
Direção: Raja Gosnell. Com Drew
Barrymore, Michael Vartan. Drew é a
jornalista que se passa por adolescente
ao fazer uma reportagem sobre o amor
entre jovens.
Abelhas, Ataque Mortal
SBT, 22h30.
(Flying Virus). EUA, 2001, 95 min.
Direção: Jeff Hare. Com Gabrielle Anwar,
Rutger Hauer, Craig Sheffer. Tribo de
índios cultiva espécie de abelhas
assassinas na Amazônia, para fins de
autodefesa. É dessa história que está
atrás uma jornalista, enquanto um
homem de negócios, mais prático,
decide levar as abelhas para os EUA, com
resultados catastróficos.
Amores Possíveis
Globo, 1h40.
Brasil, 2000, 98 min. Direção: Sandra
Werneck. Com Murilo Benicio, Carolina
Ferraz. A partir do desencontro de dois
namorados, 15 anos antes, o filme
desenvolve algumas hipóteses de
desdobramento da situação.
Don King - O Rei do Boxe
SBT, 3h.
(Don King - Only in America). EUA, 1997.
Direção: John Herzfeld. Com Ving
Rhames, Vondie Curtis Hall. Biografia de
Don King, o ex-presidiário que se
transformou no principal promotor de
boxe nos anos 60. Só para São Paulo.
Os Safados
Globo, 3h15.
(Dirty Rotten Scoundrels). EUA, 1988,
110 min. Direção: Frank Oz. Com Steve
Martin, Michael Caine, Barbara Harris. O
finório e britânico Caine e o emergente e
americano Martin vivem de dar golpes
em viúvas ricas. Problema: os dois se
instalam na Riviera francesa. Caine é
talentoso. Martin, idem. Oz, também.
Resulta uma comédia memorável,
inventiva e divertida.
(IA)
Dores do tempo, sem eufemismo
CRÍTICO DA FOLHA
Boas histórias têm a virtude de resistir não apenas
ao tempo como a certas visões datadas. Assim é com
"Em Família" (Canal Brasil, 14h35), de Paulo Porto.
Existe antes de tudo um
olhar político, neste filme
de 1971, sobre a história do
casal de velhos que, ameaçado de despejo, pede ajuda
aos filhos apenas para descobrir que estão preocupados demais com seus próprios problemas para darem trela a dois velhos.
Hoje o tempo passou,
ninguém mais pensa que
das injustiças sociais surgirá algo como uma revolução etc.
Aliás, ninguém mais chama os velhos de velhos. São
terceira idade, idade de ouro e qualquer outro eufemismo à mão para esconder o que este filme escancara: envelhecemos e nossos entes queridos nos
vêem como incômodos. É
injusto, mas é assim.
(IA)
DOCUMENTÁRIO
Tributo a Sganzerla é garimpo revelador
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O que há de mais interessante
nos "Retratos Brasileiros"
que Joel Pizzini assina é o risco. É
como se o diretor -talvez o mais
talentoso da geração que beira os
40 anos- visse esse programa
como um laboratório para seus
trabalhos mais ambiciosos.
Os resultados são desiguais,
mas nunca desinteressantes. Às
vezes pode acontecer de se interessarem menos pelo retratado
do que pela própria linguagem
(foi o que aconteceu no programa
dedicado a Glauce Rocha).
Não é o que ocorre, diga-se,
com "Elogio da Luz", feito em homenagem a Rogério Sganzerla e
co-dirigido por Paloma Rocha.
Fiéis à idéia de que a imagem deve
falar por si mesma, Pizzini e Rocha juntam imagens dos filmes de
Sganzerla, depoimentos antigos
ou atuais de atores e colaboradores, além do próprio Sganzerla.
Trata-se, antes de mais nada, de
um trabalho de garimpo nos arquivos, com resultados reveladores. Ver o Sganzerla ou o Julio
Bressane do começo dos anos 70,
dos tempos da produtora Belair, é
lançar-se em um abismo: o que o
Brasil já aspirou ser e o que é; o
que o cinema já quis ser e o que
conformou-se em ser aparecem
ali com nitidez cruel, brutal.
Mas a opção pela supressão de
todo comentário externo à imagem por vezes é problemática; introduz o império da montagem. E
a montagem, no caso, suprime o
duelo quase de morte que travou
Sganzerla (junto com Bressane e
alguns outros) contra o establishment do cinema brasileiro.
Talvez hoje não tenha muito
sentido essa disputa, mas ela foi o
coração do cinema brasileiro, para o bem e para o mal, nos anos
70. Por sorte, "Elogio da Luz"
compensa essa omissão com uma
aproximação calorosa de Sganzerla, de Helena Ignez (sua atriz,
mulher e cúmplice) e das pessoas
que estiveram presentes aos momentos de criação do provavelmente mais talentoso autor do cinema brasileiro moderno.
RETRATOS BRASILEIROS: ROGÉRIO
SGANZERLA. Onde: Canal Brasil.
Quando: amanhã, às 19h.
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