São Paulo, quinta-feira, 02 de setembro de 2004

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FILMES

Nunca Fui Beijada
Globo, 15h35.
  
(Never Been Kissed). EUA, 1999, 107 min. Direção: Raja Gosnell. Com Drew Barrymore, Michael Vartan. Drew é a jornalista que se passa por adolescente ao fazer uma reportagem sobre o amor entre jovens.

Abelhas, Ataque Mortal
SBT, 22h30.
 
(Flying Virus). EUA, 2001, 95 min. Direção: Jeff Hare. Com Gabrielle Anwar, Rutger Hauer, Craig Sheffer. Tribo de índios cultiva espécie de abelhas assassinas na Amazônia, para fins de autodefesa. É dessa história que está atrás uma jornalista, enquanto um homem de negócios, mais prático, decide levar as abelhas para os EUA, com resultados catastróficos.

Amores Possíveis
Globo, 1h40.
  
Brasil, 2000, 98 min. Direção: Sandra Werneck. Com Murilo Benicio, Carolina Ferraz. A partir do desencontro de dois namorados, 15 anos antes, o filme desenvolve algumas hipóteses de desdobramento da situação.

Don King - O Rei do Boxe
SBT, 3h.
  
(Don King - Only in America). EUA, 1997. Direção: John Herzfeld. Com Ving Rhames, Vondie Curtis Hall. Biografia de Don King, o ex-presidiário que se transformou no principal promotor de boxe nos anos 60. Só para São Paulo.

Os Safados
Globo, 3h15.
    
(Dirty Rotten Scoundrels). EUA, 1988, 110 min. Direção: Frank Oz. Com Steve Martin, Michael Caine, Barbara Harris. O finório e britânico Caine e o emergente e americano Martin vivem de dar golpes em viúvas ricas. Problema: os dois se instalam na Riviera francesa. Caine é talentoso. Martin, idem. Oz, também. Resulta uma comédia memorável, inventiva e divertida. (IA)

Dores do tempo, sem eufemismo

CRÍTICO DA FOLHA

Boas histórias têm a virtude de resistir não apenas ao tempo como a certas visões datadas. Assim é com "Em Família" (Canal Brasil, 14h35), de Paulo Porto.
Existe antes de tudo um olhar político, neste filme de 1971, sobre a história do casal de velhos que, ameaçado de despejo, pede ajuda aos filhos apenas para descobrir que estão preocupados demais com seus próprios problemas para darem trela a dois velhos.
Hoje o tempo passou, ninguém mais pensa que das injustiças sociais surgirá algo como uma revolução etc.
Aliás, ninguém mais chama os velhos de velhos. São terceira idade, idade de ouro e qualquer outro eufemismo à mão para esconder o que este filme escancara: envelhecemos e nossos entes queridos nos vêem como incômodos. É injusto, mas é assim. (IA)

DOCUMENTÁRIO

Tributo a Sganzerla é garimpo revelador

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O que há de mais interessante nos "Retratos Brasileiros" que Joel Pizzini assina é o risco. É como se o diretor -talvez o mais talentoso da geração que beira os 40 anos- visse esse programa como um laboratório para seus trabalhos mais ambiciosos.
Os resultados são desiguais, mas nunca desinteressantes. Às vezes pode acontecer de se interessarem menos pelo retratado do que pela própria linguagem (foi o que aconteceu no programa dedicado a Glauce Rocha).
Não é o que ocorre, diga-se, com "Elogio da Luz", feito em homenagem a Rogério Sganzerla e co-dirigido por Paloma Rocha. Fiéis à idéia de que a imagem deve falar por si mesma, Pizzini e Rocha juntam imagens dos filmes de Sganzerla, depoimentos antigos ou atuais de atores e colaboradores, além do próprio Sganzerla.
Trata-se, antes de mais nada, de um trabalho de garimpo nos arquivos, com resultados reveladores. Ver o Sganzerla ou o Julio Bressane do começo dos anos 70, dos tempos da produtora Belair, é lançar-se em um abismo: o que o Brasil já aspirou ser e o que é; o que o cinema já quis ser e o que conformou-se em ser aparecem ali com nitidez cruel, brutal.
Mas a opção pela supressão de todo comentário externo à imagem por vezes é problemática; introduz o império da montagem. E a montagem, no caso, suprime o duelo quase de morte que travou Sganzerla (junto com Bressane e alguns outros) contra o establishment do cinema brasileiro.
Talvez hoje não tenha muito sentido essa disputa, mas ela foi o coração do cinema brasileiro, para o bem e para o mal, nos anos 70. Por sorte, "Elogio da Luz" compensa essa omissão com uma aproximação calorosa de Sganzerla, de Helena Ignez (sua atriz, mulher e cúmplice) e das pessoas que estiveram presentes aos momentos de criação do provavelmente mais talentoso autor do cinema brasileiro moderno.


RETRATOS BRASILEIROS: ROGÉRIO SGANZERLA. Onde: Canal Brasil. Quando: amanhã, às 19h.


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