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Um dia, o
banquinho
HELOISA SEIXAS
Num casarão antigo, numa
festa, deu-se a aparição: oito jovens, atores de teatro, entraram de repente. Cada um levava na mão um banquinho. Sérios, o olhar quase feroz, começaram a falar, um de cada vez
subindo em seu banco. Ao fim
da fala, cada um descia e, com
expressão neutra, ficava imóvel, segurando o banquinho
contra o peito, ouvindo o discurso do seguinte. Diziam da
necessidade que o ser humano
tem de se expressar por meio
da arte. Até que o último falou:
- Cada um de nós, ao menos
uma vez, devia tomar coragem
e subir no seu banquinho.
Por um momento, no salão,
ficamos mudos. Depois, saímos dançando.
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