São Paulo, quinta, 2 de outubro de 1997.




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Um dia, o banquinho

HELOISA SEIXAS

Num casarão antigo, numa festa, deu-se a aparição: oito jovens, atores de teatro, entraram de repente. Cada um levava na mão um banquinho. Sérios, o olhar quase feroz, começaram a falar, um de cada vez subindo em seu banco. Ao fim da fala, cada um descia e, com expressão neutra, ficava imóvel, segurando o banquinho contra o peito, ouvindo o discurso do seguinte. Diziam da necessidade que o ser humano tem de se expressar por meio da arte. Até que o último falou:
- Cada um de nós, ao menos uma vez, devia tomar coragem e subir no seu banquinho.
Por um momento, no salão, ficamos mudos. Depois, saímos dançando.



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