São Paulo, quinta, 2 de outubro de 1997.




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ARTES PLÁSTICAS
A 1ª Bienal do Mercosul inaugura hoje e conta com 880 obras de artistas de sete países do cone sul
Porto Alegre abre portas à arte latina

DANIELA ROCHA
da Reportagem Local

A grande ambição dos organizadores da 1ª Bienal do Mercosul é realizar o maior evento de artes plásticas do país, que fique atrás apenas da Bienal Internacional de São Paulo.
A 1ª Bienal do Mercosul tem abertura oficial hoje, às 9h, em Porto Alegre, com uma caminhada que vai do Museu de Artes do Rio Grande do Sul até o Espaço Bienal Mercosul, e contará com 880 obras expostas de 200 artistas de sete países do cone sul: Brasil, Argentina, Chile, Venezuela, Paraguai, Bolívia e Uruguai.
Esculturas, pinturas, instalações e obras em multimídia estarão expostas em 11 pontos da cidade de Porto Alegre.
A idéia de fazer uma mostra com a arte de vários países da América do Sul surgiu em uma conversa entre artistas gaúchos com o governo do Estado, há dois anos.
De lá para cá, o governo do Rio Grande do Sul se mobilizou, investiu na inauguração da Fundação Bienal e propôs a empresários que ajudassem a bancar o projeto, após a aprovação de lei estadual de incentivo à cultura (de renúncia fiscal).
Segundo o secretário de Estado da Cultura do RS, Nelson Boeira, 51, o custo estimado dessa Bienal do Mercosul é de R$ 10 milhões. Do total, R$ 8 milhões são pagos pelo governo do Estado, somando investimentos diretos e indiretos.
A lei gaúcha de incentivo à cultura determina que as empresas têm 75% do valor concedido ao evento abatido no Imposto de Renda. Mas as empresas ainda podem ter desconto nos 25% restantes, reduzindo o valor real pago a 8% do total.
Como a iniciativa para esse evento é brasileira, os governos dos países participantes entraram apenas com apoio institucional. Ainda não foi definido se a bienal será itinerante, ou seja, realizada cada ano em um país diferente.
Nessa edição, que conta com curadoria de Frederico Morais, o evento foi dividido em três vertentes. A vertente política, com obras que espelham os problemas emergenciais latinos, como recessão, injustiças sociais, desemprego, corrupção e regime militar; a vertente construtiva, com obras que seguem a linha cartesiana e despojada, e a vertente cartográfica, com trabalhos que reproduzem a imagem do continente, relatos de viagem, mapas e expedições.
O artista homenageado dessa bienal é Xul Solar, um dos precursores do modernismo na Argentina. Entre os nomes de destaque da bienal estão Carlos Cruz-Diez (Venezuela), Hélio Oiticica (Brasil), Jesus Soto (Venezuela), Lygia Clark (Brasil), Sol Mateo (Bolívia), Waltércio Caldas (Brasil) e Joaquin Torres-Garcia (Uruguai).



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