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ARTES PLÁSTICAS
A 1ª Bienal do Mercosul inaugura hoje e conta com 880 obras de artistas de sete países do cone sul
Porto Alegre abre portas à arte latina
DANIELA ROCHA
da Reportagem Local
A grande ambição dos organizadores da 1ª Bienal do Mercosul é
realizar o maior evento de artes
plásticas do país, que fique atrás
apenas da Bienal Internacional de
São Paulo.
A 1ª Bienal do Mercosul tem
abertura oficial hoje, às 9h, em
Porto Alegre, com uma caminhada que vai do Museu de Artes do
Rio Grande do Sul até o Espaço
Bienal Mercosul, e contará com
880 obras expostas de 200 artistas
de sete países do cone sul: Brasil,
Argentina, Chile, Venezuela, Paraguai, Bolívia e Uruguai.
Esculturas, pinturas, instalações
e obras em multimídia estarão expostas em 11 pontos da cidade de
Porto Alegre.
A idéia de fazer uma mostra com
a arte de vários países da América
do Sul surgiu em uma conversa entre artistas gaúchos com o governo
do Estado, há dois anos.
De lá para cá, o governo do Rio
Grande do Sul se mobilizou, investiu na inauguração da Fundação
Bienal e propôs a empresários que
ajudassem a bancar o projeto, após
a aprovação de lei estadual de incentivo à cultura (de renúncia fiscal).
Segundo o secretário de Estado
da Cultura do RS, Nelson Boeira,
51, o custo estimado dessa Bienal
do Mercosul é de R$ 10 milhões.
Do total, R$ 8 milhões são pagos
pelo governo do Estado, somando
investimentos diretos e indiretos.
A lei gaúcha de incentivo à cultura determina que as empresas têm
75% do valor concedido ao evento
abatido no Imposto de Renda. Mas
as empresas ainda podem ter desconto nos 25% restantes, reduzindo o valor real pago a 8% do total.
Como a iniciativa para esse evento é brasileira, os governos dos
países participantes entraram apenas com apoio institucional. Ainda
não foi definido se a bienal será itinerante, ou seja, realizada cada
ano em um país diferente.
Nessa edição, que conta com curadoria de Frederico Morais, o
evento foi dividido em três vertentes. A vertente política, com obras
que espelham os problemas emergenciais latinos, como recessão,
injustiças sociais, desemprego,
corrupção e regime militar; a vertente construtiva, com obras que
seguem a linha cartesiana e despojada, e a vertente cartográfica, com
trabalhos que reproduzem a imagem do continente, relatos de viagem, mapas e expedições.
O artista homenageado dessa
bienal é Xul Solar, um dos precursores do modernismo na Argentina. Entre os nomes de destaque da
bienal estão Carlos Cruz-Diez (Venezuela), Hélio Oiticica (Brasil),
Jesus Soto (Venezuela), Lygia
Clark (Brasil), Sol Mateo (Bolívia),
Waltércio Caldas (Brasil) e Joaquin Torres-Garcia (Uruguai).
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