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ILUSTRADA
Norte-americano, famoso pelos retratos de celebridades e ensaios de moda, sofreu hemorragia cerebral no Texas
Morre aos 81 o fotógrafo Richard Avedon
DA REDAÇÃO
Morreu ontem o fotógrafo norte-americano Richard Avedon,
cujos retratos e ensaios de moda
ajudaram a definir uma imagem
de estilo, beleza e cultura dos Estados Unidos nos últimos 50
anos. Ele tinha 81 anos e havia sofrido uma hemorragia cerebral no
último sábado na cidade de San
Antonio, Texas, onde produzia
material sobre as eleições presidenciais norte-americanas para a
revista "The New Yorker".
"Nós perdemos uma das grandes imaginações visuais da última
metade de século", afirmou David
Remnick, editor da publicação.
Durante o período em que a
moda se transformava e entrava
em um processo de popularização, as fotos de Avedon conseguiram injetar vida e dramatizar retratos de estilos distintos, fosse a
sofisticação de Milão ou o pragmático estilo esportivo desenhado em Nova York. Indo do realismo à fantasia, com toques de experimentalismo, seu modo de trabalhar chegou a servir de inspiração para o personagem Dick
Avery, interpretado por Fred Astaire no filme "Cinderela em Paris" (1957).
Com seus retratos, Avedon
também delineou os parâmetros
que definiam uma celebridade
-se alguém era capturado por
suas lentes, certamente era famoso. Uma multidão de fotógrafos
tentou replicar sua assinatura,
que ficou conhecida como o "estilo Avedon". Em uma reportagem
de 2002, o jornal "The New York
Times" o intitulou "o fotógrafo
mais famoso do mundo".
Museus importantes como o
Metropolitan de Nova York e a
National Gallery de Washington
exibiram retrospectivas de Avedon, que também emprestava sua
marca em campanhas publicitárias de empresas como Revlon e
Christian Dior.
"Eu já fotografei quase todo
mundo", disse Avedon uma vez.
"Mas o meu objetivo é fotografar
pessoas que signifiquem algo, não
celebridades, e ajudar a determinar essa diferença."
Seus retratos de Charles Chaplin, do poeta Ezra Pound e do escritor Allen Ginsberg e principalmente de Marilyn Monroe ajudaram a construir a fama de Avedon
como um fotógrafo que tinha a
capacidade de penetrar uma imagem pública cuidadosamente
construída.
Quando ele começou a trabalhar para a "New Yorker" em 1992
-que até então não dava destaque às fotos em suas edições-, o
jornal "USA Today" afirmou que
ter Avedon como fotógrafo contratado era como chamar Michelangelo para pintar uma casa.
Entre os fotografados por Avedon para a revista estão a senadora Hillary Clinton, os escritores
Saul Bellow e Toni Morrison e o
atual candidato democrata à presidência norte-americana, John
Kerry. Seu arquivo, com imagens
da atriz Audrey Hepburn e do
bailarino Rudolf Nureyev, também foi usado pela "New Yorker".
Apesar de associado ao glamour
da moda, Avedon também desenvolveu um trabalho de apoio à defesa dos direitos civis e de outras
causas sociais. Em meados da década de 60, treinou jovens fotógrafos negros com intuito de registrar as marchas e protestos no
sul dos Estados Unidos.
A partir dos anos 70, se dedicou
a capturar um crescente senso de
desilusão sobre as possibilidades
do "american way of life". Quando voltou do oeste norte-americano com retratos de ex-detentos,
alcoólatras e pessoas com duras
histórias de vida, seu trabalho foi
considerado cínico pelos críticos.
"Minhas fotografias não vão
além da superfície. Elas são leituras do que está na superfície. Eu
tenho grande fé em superfícies.
Uma boa superfície está cheia de
pistas", afirmou.
Com o "New York Times" e agências internacionais
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