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"No passado, o tango era uma festa", diz diretor
Miguel Kohan conclui que tristeza das canções não refletia o clima dos salões
"Café de los Maestros" acompanha músicos pelas ruas de Buenos Aires para comparar a cidade nos dias de hoje com a do passado
DA REPORTAGEM LOCAL
O cineasta Miguel Kohan,
responsável pelo filme do projeto Café de los Maestros, conta
que nunca foi um apaixonado
pelo tango, e que conhecia o básico sobre o gênero simplesmente pelo fato de ser portenho. "A imagem que tinha era a
do estereótipo sombrio, por
causa das melodias tristes, das
letras desesperançadas. Ao encontrar esses tangueiros, vi que
são alegres e que esse deveria
ser o ambiente dos salões no
tempo das orquestras."
De fato, as cenas dos bastidores do concerto no teatro Colón
são de um feliz reencontro,
com músicos fazendo provocações entre si. O longa também
acompanha a vida dos personagens nos dias de hoje, e os faz
passear por Buenos Aires, comparando-a com a cidade que
cantaram no passado.
Kohan conta que teve dificuldades curiosas. "Quando usava
a câmera digital, algo que não
conheciam, eles posavam para
mim, pois acreditavam que era
uma máquina fotográfica."
Ontem e hoje
Já os CDs foram produzidos
pelo criador da idéia, Gustavo
Santaolalla, responsável por
trilhas de filmes como "Babel"
(do mexicano Alejandro Iñárritu) e "Linha de Passe" (do brasileiro Walter Salles, que também produz o documentário).
Apesar de saber que a comparação que se faz entre o Café
e o Buena Vista é inevitável,
Santaolalla reforça que seu trabalho tem raízes nos anos 80.
Na ocasião, ele percorreu a Argentina para uma pesquisa folclórica que resultou no disco
"De Ushuaia a La Quiaca". "Ficou faltando Buenos Aires e o
tango, que é a quem dou voz
agora." Santaolalla também comanda o coletivo Bajofondo,
que "atualiza" o tango e a música da região mesclando-os com
gêneros modernos.
(SC)
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