São Paulo, sexta-feira, 02 de outubro de 2009

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Sandra Werneck filma garotas da periferia do Rio

DA ENVIADA AO RIO

O volume dos aplausos, em pré-estreias, tem de ser relativizado. Mas é fato que foram ruidosas as palmas ao fim de "Sonhos Roubados", no Cine Odeon, na noite de quarta-feira. As vidas das adolescentes da periferia carioca que Sandra Werneck ("Cazuza", "Amores Possíveis") transformou em cinema emocionaram a plateia.
"Um filme é um filho, e este foi o parto mais complicado que já tive. Mas foi também o mais prazeroso", diz Werneck à Folha, os olhos rasos d'água. "Tive de acreditar muito nesta história. Muito. Ninguém queria patrocinar um filme que falasse de favela."
"Sonhos Roubados" sobe o morro, mas distancia-se do imaginário do "filme de favela". Não há tiros nem toques de recolher a pontuar a narrativa. Inspirado no livro "As Meninas da Esquina", de Eliane Trindade, jornalista da Folha, o filme extrai o comum das vidas que, para a classe média, soam tão incomuns. As adolescentes vividas pelas surpreendentes Nanda Costa, Kika Farias e Amanda Diniz riem, aprontam, apaixonam-se, sofrem.
Para tocar a vida, eventualmente se prostituem. "Não faço denúncia, não julgo. Só observo", define a diretora. E o que ela observa é o despedaçar de sonhos que a sobrevivência impôs a essas meninas tão infantis e, ao mesmo tempo, tão endurecidas. (APS)


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