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Sandra Werneck filma garotas da periferia do Rio
DA ENVIADA AO RIO
O volume dos aplausos, em
pré-estreias, tem de ser relativizado. Mas é fato que foram
ruidosas as palmas ao fim de
"Sonhos Roubados", no Cine
Odeon, na noite de quarta-feira. As vidas das adolescentes da
periferia carioca que Sandra
Werneck ("Cazuza", "Amores
Possíveis") transformou em cinema emocionaram a plateia.
"Um filme é um filho, e este
foi o parto mais complicado
que já tive. Mas foi também o
mais prazeroso", diz Werneck à
Folha, os olhos rasos d'água.
"Tive de acreditar muito nesta
história. Muito. Ninguém queria patrocinar um filme que falasse de favela."
"Sonhos Roubados" sobe o
morro, mas distancia-se do
imaginário do "filme de favela".
Não há tiros nem toques de recolher a pontuar a narrativa.
Inspirado no livro "As Meninas
da Esquina", de Eliane Trindade, jornalista da Folha, o filme
extrai o comum das vidas que,
para a classe média, soam tão
incomuns. As adolescentes vividas pelas surpreendentes
Nanda Costa, Kika Farias e
Amanda Diniz riem, aprontam,
apaixonam-se, sofrem.
Para tocar a vida, eventualmente se prostituem. "Não faço denúncia, não julgo. Só observo", define a diretora. E o
que ela observa é o despedaçar
de sonhos que a sobrevivência
impôs a essas meninas tão infantis e, ao mesmo tempo, tão
endurecidas.
(APS)
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