São Paulo, quinta-feira, 02 de novembro de 2000

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MÚSICA ERUDITA
Hoje e sábado a orquestra apresenta a "Sinfonia nš 3" do compositor austríaco, com Marilyn Schmiege
Osesp entra em novembro com Mahler

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado) entra com o pé direito em sua programação de novembro, interpretando hoje e sábado a densa "Sinfonia nš 3", de Gustav Mahler (1860-1911).
Imergir nesse compositor é para o conjunto sinfônico reformulado há três anos uma espécie de aprendizado.
Mas o que ocorre indiretamente é também um gesto de generosidade de repertório para os mahlerianos de São Paulo.
Em abril último, a orquestra interpretou a "Sinfonia nš 4", sob a regência de Roberto Minczuk, seu diretor artístico adjunto, e, em setembro, em programa levado à turnê que fez ao Peru e à Argentina, a "Sinfonia nš 6", regida pelo diretor artístico John Neschling.
Os apreciadores de Mahler também puderam ouvir em maio, sem sair de São Paulo, a "Sinfonia nš 9", com a Filarmônica de Berlim, sob a direção de Claudio Abbado, e, no começo de outubro, a "Sinfonia nš 1" e a "Sinfonia nš 7", com a Sinfônica de Chicago, regida por Daniel Barenboim.
Para sua quinta incursão no universo sinfônico do compositor austríaco -no ano passado foram executadas a "Quinta" e a "Sétima"-, a Orquestra Sinfônica do Estado, regida hoje por Roberto Minczuk, terá como solista a mezzo-soprano norte-americana Marilyn Schmiege.
Trará também, e pela primeira vez, o Coro Infantil (61 crianças entre 8 e 14 anos), formado como corpo da orquestra no primeiro semestre, sob a direção de Teruo Yoshida.
Também se apresentarão as vozes femininas do Coral Sinfônico do Estado, regido por Naomi Munakata.
No programa da semana que vem -Wagner e Alban Berg-, Neschling também terá como solista uma cantora estrangeira, a soprano australiana Elisabeth Whitehouse.
Será um concerto de um germanismo refinado, com as canções "Altenberg" e "Wesendonck", e ainda o desfecho de "Tristão e Isolda", que, ao final do próximo milênio, deverá ser considerada a mais bela peça vocal feminina do milênio que se encerra.

Maestro austríaco
Nos dias 16 e 18, a Orquestra Sinfônica do Estado estará sob a regência do maestro austríaco Günter Neuhold.
Além da "Sinfonia nš 3" de Mendelssohn, e trazendo como solista a austríaca Emma Schmidt, estará no programa o "Concerto para Piano e Orquestra" de um dos mais instigantes nomes da música russa contemporânea, Alfred Schnittke (1934-1998), infelizmente pouquíssimo interpretado no Brasil.
No mesmo programa, as "Variações sobre um Tema Brasileiro", de Francisco Braga (1868-1945), que é o autor do "Hino à Bandeira" e de quem a Orquestra Sinfônica do Estado interpretou, em 1998, a ainda quase desconhecida ópera "Jupyra".
Neuhold rege ainda o programa seguinte, dos dias 23 e 25, tendo como solista Jeremy Menuhin no "Concerto nš 2 para Piano e Orquestra", de Beethoven.
Por fim, no programa do dia 30, e novamente com a regência de Neschling, a orquestra interpreta, de Chostakovich, o "Concerto nš 1 para Violoncelo e Orquestra", com o solista Thorleif Thedéen.


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