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26ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SÃO PAULO
PREMIAÇÃO
"Exílio no Iraque", de Bahman Ghobadi, é o melhor filme segundo o júri; público elege "O Filho da Noiva"
Cineasta iraniano vence pela segunda vez
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao premiar anteontem "Exílio
no Iraque" como o melhor filme
da 26ª Mostra Internacional de
Cinema de São Paulo, o júri da
competição transformou o iraniano Bahman Ghobadi, 33, no
primeiro cineasta a vencer duas
edições do evento. Seu longa de
estréia, "Tempo de Embebedar
Cavalos", ganhou a 24ª Mostra.
"Exílio no Iraque" acompanha a
trajetória de três músicos de uma
mesma família que viajam do Irã
ao Iraque, na tentativa de encontrar a ex-mulher do patriarca, que
estaria correndo perigo.
Embora ficcional, "Exílio no
Iraque" pretende ser um filme-denúncia sobre as condições de
vida da população curda no
Oriente Médio.
"Acho que com esse material [o
cineasta iraniano] Abbas Kiarostami, a quem admiro, faria uns
dez filmes. Ele se concentraria em
aspectos específicos, como a cena
da fabricação de tijolos ou a história de Hanareh [a mulher em busca da qual os músicos partem]",
disse Ghobadi à Folha. "Mas minha intenção era fazer um painel
capaz de mostrar como vivem os
curdos no Iraque", afirmou.
Semelhanças
O terceiro longa-metragem de
Ghobadi abordará a situação dos
curdos na Turquia. O diretor interrompeu a preparação do filme
para participar da Mostra em São
Paulo, onde esteve na semana
passada.
"Eu não viajaria a parte alguma,
mas não resisti a vir, porque amo
São Paulo, amo este festival, os cineastas e o povo brasileiro. Acho
que as pessoas aqui são muito parecidas com os iranianos -afetuosas e preocupadas com o que
realmente importa", disse.
"Exílio no Iraque" e "Jogando
Boliche por Columbine" (melhor
documentário segundo o público) ainda não têm distribuição
acertada no Brasil, de acordo com
a assessoria de imprensa da 26ª
Mostra.
O israelense "Kedma", de Amos
Gitaï (prêmio da crítica para ficção), e o argentino "O Filho da
Noiva", de Juan José Campanella
(prêmio do público para longa
em língua estrangeira), serão lançados pela Europa. O mexicano
"Japón", de Carlos Reygadas
(menção especial da crítica), terá
distribuição pela Pandora Filmes.
Entre os brasileiros premiados,
"Madame Satã", de Karim Aïnouz (menção especial do júri para o ator Lázaro Ramos), e "Edifício Master", de Eduardo Coutinho (melhor documentário de
acordo com a crítica), têm lançamento previsto para 8 e 22 de novembro, respectivamente.
"Cama de Gato", de Alexandre
Stockler (melhor filme brasileiro
pelo voto popular), ainda não tem
data de estréia definida. "Ônibus
174", de José Padilha (melhor documentário segundo o júri), está
em cartaz no Rio e tem previsão
de estrear até dezembro em São
Paulo e em Belo Horizonte.
Com a competição encerrada, a
26ª Mostra promove sessões extras de alguns de seus 271 longas
até o próximo dia 7.
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