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São Paulo, domingo, 02 de novembro de 2003

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Com dificuldades em exibir seus produtos no Brasil, Mauricio de Sousa fecha acordo com Europa e Ásia

Turma da Mônica dá a volta ao mundo

Divulgação
Cena do longa-metragem "A Turma da Mônica Vai ao Cinema", produção dos Estúdios Mauricio de Sousa, que estréia em 2004


DA REPORTAGEM LOCAL

Mauricio de Sousa, 68, também está animado. Recém-chegado de uma viagem à Europa, o criador da Turma da Mônica acertou os detalhes da venda dos seus desenhos animados à italiana RaiDue e trouxe na mala uma série de "encomendas de redes de televisão européias e asiáticas".
"Animação sempre foi algo em que nos faltou força. Se há 20 anos fizemos seis longas e tivemos que parar devido a vários problemas nossos e do país, agora chegou a hora em que o desenho é possível e viável. Há uma demanda mundial. Nas feiras a gente ouve falar que falta de 30% a 40% de material que deveria estar lá", diz.
Os novos projetos internacionais incluem co-produções de séries de 52 episódios, com dez minutos cada, dos personagens Horácio e do novo grupo Amazônicos. Entre os países que veriam as novas animações com a assinatura de Mauricio de Sousa, estariam Espanha, Holanda e Taiwan.
Na estatal italiana, devem ir ao ar já neste mês cinco horas de episódios baseados nos antigos longas-metragens da Turma. Dublados em italiano, os capítulos terão duração de sete minutos cada.
De passagem por Londres, Sousa acertou ainda os detalhes para a criação de desenhos em Flash (software que produz animações originalmente para a internet) para o site da embaixada brasileira. O tema, segundo ele, é o Nordeste.
Para o mercado brasileiro, Sousa renova as promessas de produção de um programa educacional em parceria com o Ministério da Educação -"Vai ao ar de qualquer maneira até o ano que vem, me comprometi com o governo atual, como empresa"- e de estréia do longa-metragem "A Turma da Mônica Vai ao Cinema", já em fase de finalizações.
O longa "Horácio 3D", a grande vedete do autor, vai ter de esperar mais um pouco ainda.
"Estamos retomando um processo, terceirizando trabalhos. Não dá tempo de montar a grande fábrica de animação de que precisamos", afirma Sousa, que promoveu um corte recente nos profissionais de seu próprio estúdio, para trabalhar com animadores contratados e parcerias.
Uma dessas, com um grupo estrangeiro de TV a cabo, pode até trazer de volta à programação brasileira os desenhos da Mônica.
"Uma estação local não pagaria os custos", lamenta o autor, que nos últimos anos vem amargando o impasse de produzir um programa infantil com a Rede Globo, mas que jamais tomou forma.
"Gostaria de tentar um acordo com os canais abertos. Com a Globo, continuamos conversando, cordialmente", despista.
"Enquanto isso não sai, eu vou fazendo por conta própria." (DA)


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