São Paulo, segunda-feira, 02 de novembro de 2009

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Crítica

Diretor grego traz fábula nonsense premiada

RICARDO CALIL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A trama de "Dente Canino", do grego Yorgos Lanthimos, lembra a de "A Vila", de M. Night Shyamalan. Aqui, como lá, pais decidem criar os filhos em um espaço isolado, sem que eles saibam o que se passa no mundo lá fora.
A história se concentra em uma só família, um casal que educa os três filhos dessa maneira peculiar. Dão novos significados a palavras eróticas ou violentas, proíbem que saiam dos limites da casa ou que sejam expostos a influências externas, como a TV.
A exceção é uma mulher, segurança da fábrica do pai, que satisfaz as necessidades sexuais do filho. É ela quem irá trazer elementos do mundo externo para dentro da casa, como os filmes "Rocky" e "Flashdance", e provocar um curto-circuito entre os habitantes.
Se a trama lembra a de "A Vila", o tom e o alvo de "Dente Canino" são bem distintos. Em vez de um terror poético, Lanthimos nos oferece uma fábula de humor nonsense. No lugar de uma metáfora sobre o isolacionismo americano, um ataque ao politicamente correto. "Dente Canino" demora para engrenar, mas tem cenas memoráveis, que justificam o prêmio de melhor filme na mostra Um Certo Olhar, na última edição do Festival de Cannes.


DENTE CANINO

Quando: hoje, às 22h, no Eldorado
Avaliação: bom
Classificação: 16 anos




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