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Crítica/"Zodíaco"
Suspense exige entrega incomum do espectador
PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA
"Zodíaco" pode ser
visto como um filme longo e confuso,
que dá voltas e voltas para chegar a lugar nenhum. Mas a
complexidade dramática e a extensa duração (2h38) são aspectos fundamentais da própria estrutura montada pelo
roteirista James Vanderbilt,
habilmente conduzida às telas
pelo diretor David Fincher.
Trata-se da história de um
serial killer que apavorou São
Francisco nos anos 60 e 70,
sem jamais ser capturado. Essa
história será contada pelos
olhos de um policial (Mark Ruffallo) e de um jornalista (Robert Downey Jr). Quando desistem, um tímido cartunista
(Jake Gyllenhaal) assume a investigação e escreve um livro
que cobre o caso à exaustão.
Com um estilo seco e direto,
diferente do filme que o tornou
famoso ("Seven - Os Sete Crimes Capitais"), Fincher monta
um labirinto que exige do espectador uma entrega incomum. Ele convida o público a se
solidarizar com a agonia dos
protagonistas, mergulhar no
desconhecido e sair do cinema
sem a certeza de um final confortável. "Zodíaco" é um dos
melhores filmes destse ano.
O DVD traz depoimentos interessantes do diretor e dos
atores, bem como entrevistas
com os personagens dessa história (principalmente Robert
Graysmith, o autor do livro que
deu origem ao roteiro, interpretado por Gyllenhaal).
ZODÍACO
Distribuição: Warner (R$ 49, em
média)
Avaliação: ótimo
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