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"TWILIGHT"
Paul Newman volta às telas com suspense
CLÁUDIA PIRES
de Nova York
Poucos astros conseguiram ser
bem sucedidos fora de Hollywood.
Paul Newman, uma das maiores
estrelas que o cinema já produziu,
faz parte dessas exceções.
Newman se tornou um empresário bem-sucedido. Seus negócios
incluem empresas de alimentos e
equipes de carros de corrida. Ele
também dirige uma instituição para o combate do uso de drogas,
fundada depois da morte de seu filho Scott em 1978. "Nunca achei
que viveria só de cinema." Mas o
cinema ainda é a maior paixão.
Depois de ficar quase três anos
sem atuar, ele volta às telas neste
ano com o suspense "Twilight",
dirigido por Robert Benton. "Fiz
o filme porque gosto do personagem e da sensibilidade do roteiro",
disse o ator em entrevista no último sábado em Nova York.
Bem-humorado, contando piadas e brincando com os jornalistas, Newman diz que tem conseguido dividir bem seu tempo entre
os negócios, a carreira e a família.
Aos 73 anos, com mais de 50 filmes e 40 anos de carreira, ele ainda
não quer se aposentar. Há alguns
anos trabalha em um roteiro de
um novo western. Também deve
começar a gravar um novo filme
co-estrelado por Kevin Costner.
"Todo ano eu digo que vou me
aposentar, mas alguém me convence a atuar de novo." Depois
completa: "Sabe qual é meu filme
preferido? O próximo".
Os projetos também incluem um
novo filme com a mulher, a atriz
Joanne Woodward. Casados desde
1958, os dois atuaram em dez filmes juntos. "Há 25 anos estamos
procurando um novo roteiro, mas
ainda não encontramos. Nós fizemos muitos filmes bons juntos e
não queremos que isso se perca fazendo algo ruim agora."
Carreira
Tudo que envolve o nome de
Paul Newman está cercado de carisma. A carreira, os amigos, as
doações a instituições filantrópicas, a paixão por corrida de carros.
"Acho que o público prefere me
ver em papéis de bom caráter. Mas
não fiz só isso", diz Newman. O
ator afirma preferir fazer personagens que ficam entre o bem e o mal
porque "são os mais reais".
Ele fez sua estréia como ator na
Broadway em 1953, com a peça
"Picnic". Na segunda metade dos
anos 50 "explodiu" como astro de
cinema com filmes como "Somebody Up There Likes Me", de 1956.
O sucesso continuou em progressão nos anos 60, quando o ator encabeçou produções como "Rebeldia Indomável" (1967) e "Butch
Cassidy e Sundance Kid" (1969),
ao lado de Robert Redford.
Newman foi indicado cinco vezes ao Oscar, mas só recebeu o
prêmio pela primeira vez em 1985.
O ator afirma não estar decepcionado com o cinema de hoje,
mas diz pensar duas vezes antes de
produzir um filme. "Tudo custa
muito caro. Já produzi filmes com
menos de US$ 1 milhão. Hoje, um
filme de custo médio sai por US$
30 milhões ou US$ 40 milhões".
Ele também acredita que o envolvimento do elenco era maior há
20 ou 30 anos. "Todos passavam
mais tempo juntos, o entrosamento entre o elenco, o diretor e os
produtores era bem maior".
Superexposição
A imagem de Paul Newman está
por toda parte. Além da carreira
cinematográfica, ele é conhecido
por sua empresa de alimentos, a
"Newman's Own" e pela carreira
como piloto de corrida.
Paul Newman venceu quatro vezes o torneio Sports Club of America Championship e atualmente é
proprietário da equipe de Fórmula
Mundial Newman Has, pela qual
corre o brasileiro Christian Fittipaldi. Todo o sucesso faz com que,
ao contrário de outros atores,
Newman seja facilmente reconhecido pelas gerações mais novas.
"Não há como dizer que não fico feliz com isso". Ele acrescenta
que o reconhecimento das crianças é o que mais o diverte.
Conta que foi abordado por um
garoto de 10 anos. "Ele perguntou
se eu era um astro de cinema. Respondi que sim. Então, perguntou
se eu tinha feito 'Rebeldia Indomável' e eu concordei. O garoto
pensou um pouco e acrescentou:
puxa, é incrível como fazem você
parecer mais novo no cinema!".
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