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DANÇA
Raquel Steglich estudou na filial do grupo em SC
Bailarina brasileira de 19 anos vai estagiar no Balé Bolshoi, na Rússia
PEDRO IVO DUBRA
DA REDAÇÃO
A bailarina Raquel Steglich deve, logo depois do Carnaval,
quando começam por aqui os
passos do samba, embarcar para a
Rússia, onde será estagiária profissional do Balé Bolshoi de Moscou. Falta apenas resolver a situação de seu visto.
Aos 19 anos, a gaúcha é a primeira aluna da escola brasileira
do balé -criada em 2000, na cidade de Joinville (SC)- a ser
aceita pela matriz para desempenhar tal função. O anúncio foi feito no princípio de fevereiro pelo diretor da companhia, Boris Akimov, durante recepção na embaixada brasileira na capital russa.
O estágio de Raquel Steglich, não-remunerado, bancado pelo
grupo, tem duração de um ano e pode ser a porta de entrada para o
ingresso definitivo no corpo de baile do Bolshoi.
Ao se apresentar ao conjunto russo, em Moscou, a brasileira deverá começar sua trajetória por
papéis menores, porém não mais
estará numa escola, mas sim em
meio a bailarinos já formados.
"Comecei com quatro anos,
ainda em Porto Alegre, e depois
fui para Santa Maria, também no
Rio Grande do Sul, onde fiz balé
por quatro anos. Depois mudei
para Joinville. Aqui, fiz balé por
três anos, parei por dois anos e
depois retomei", traça seu histórico dentro da dança clássica.
Por já ter começado "velha" na
Escola do Teatro Bolshoi catarinense, Steglich principiou pelo
módulo Sênior. Lá, cursava o módulo Master 2, no qual se formaria
em novembro, não houvesse sido
convidada pela matriz.
"A Raquel é a primeira brasileira, fizemos uma boa checagem de
informações, diretamente convidada a ser inserida na companhia.
Teve gente, claro, que fez aula, intercâmbio etc. Mas é a primeira a
ter essa abertura, a ser chamada
por um diretor, o Boris Akimov",
afirma Jô Braska Negrão, supervisora-geral da escola no Brasil.
O projeto costuma todos os
anos contemplar com estágios de
15 dias na Rússia quatro alunos,
além de para lá encaminhar um
professor e um pianista para
aperfeiçoamento técnico.
Raquel Steglich, em 2001, esteve
no grupo de enviados. No princípio de 2003, voltou a Moscou, para tentar ingressar na companhia
Stanislávski. Fez os testes e depois
conseguiu uma vaga, mas continuou frequentando o Bolshoi, onde praticamente refez o estágio
anterior. Nessa estadia é que a
brasileira, que trancou a faculdade de medicina por causa do balé,
chamou a atenção dos russos.
O Bolshoi surgiu em 1776, na
Rússia. Produtor de estrelas tais
quais Vladimir Vassiliev e Maya
Plisetskaya, foi um dos chamarizes culturais da União Soviética.
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