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São Paulo, segunda-feira, 03 de março de 2003

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DANÇA

Raquel Steglich estudou na filial do grupo em SC

Bailarina brasileira de 19 anos vai estagiar no Balé Bolshoi, na Rússia

PEDRO IVO DUBRA
DA REDAÇÃO

A bailarina Raquel Steglich deve, logo depois do Carnaval, quando começam por aqui os passos do samba, embarcar para a Rússia, onde será estagiária profissional do Balé Bolshoi de Moscou. Falta apenas resolver a situação de seu visto.
Aos 19 anos, a gaúcha é a primeira aluna da escola brasileira do balé -criada em 2000, na cidade de Joinville (SC)- a ser aceita pela matriz para desempenhar tal função. O anúncio foi feito no princípio de fevereiro pelo diretor da companhia, Boris Akimov, durante recepção na embaixada brasileira na capital russa.
O estágio de Raquel Steglich, não-remunerado, bancado pelo grupo, tem duração de um ano e pode ser a porta de entrada para o ingresso definitivo no corpo de baile do Bolshoi.
Ao se apresentar ao conjunto russo, em Moscou, a brasileira deverá começar sua trajetória por papéis menores, porém não mais estará numa escola, mas sim em meio a bailarinos já formados.
"Comecei com quatro anos, ainda em Porto Alegre, e depois fui para Santa Maria, também no Rio Grande do Sul, onde fiz balé por quatro anos. Depois mudei para Joinville. Aqui, fiz balé por três anos, parei por dois anos e depois retomei", traça seu histórico dentro da dança clássica.
Por já ter começado "velha" na Escola do Teatro Bolshoi catarinense, Steglich principiou pelo módulo Sênior. Lá, cursava o módulo Master 2, no qual se formaria em novembro, não houvesse sido convidada pela matriz.
"A Raquel é a primeira brasileira, fizemos uma boa checagem de informações, diretamente convidada a ser inserida na companhia. Teve gente, claro, que fez aula, intercâmbio etc. Mas é a primeira a ter essa abertura, a ser chamada por um diretor, o Boris Akimov", afirma Jô Braska Negrão, supervisora-geral da escola no Brasil.
O projeto costuma todos os anos contemplar com estágios de 15 dias na Rússia quatro alunos, além de para lá encaminhar um professor e um pianista para aperfeiçoamento técnico.
Raquel Steglich, em 2001, esteve no grupo de enviados. No princípio de 2003, voltou a Moscou, para tentar ingressar na companhia Stanislávski. Fez os testes e depois conseguiu uma vaga, mas continuou frequentando o Bolshoi, onde praticamente refez o estágio anterior. Nessa estadia é que a brasileira, que trancou a faculdade de medicina por causa do balé, chamou a atenção dos russos.
O Bolshoi surgiu em 1776, na Rússia. Produtor de estrelas tais quais Vladimir Vassiliev e Maya Plisetskaya, foi um dos chamarizes culturais da União Soviética.


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