MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Diálogos de Tempos e Espaços", nova mostra de Amelia Toledo que é aberta hoje na galeria Nara Roesler, é uma espécie de resumo afetivo da trajetória da artista. A reunião de esculturas, instalações e jóias também dialoga com a produção de Mira Schendel e de Fernando Lemos, cujas obras expostas, pertencentes ao acervo de Toledo, fortalecem ainda mais a afetividade.
"Sempre fomos muito ligados. As fotos do Fernando dos anos 60 e os desenhos da Mira junto das jóias dão um resultado interessante", diz a artista.
Na exposição, é possível verificar como Toledo, 80, transita entre o grande domínio formal -as jóias cintilam muito da arte construtiva- e a busca de novas experiências.
A série "Minas" talvez seja a melhor síntese dessas duas vertentes. "Uso o aço inoxidável e estabeleço a forma circular. Dentro dela, as pedras trazem algo de profundo, que não é visto. Há certa distorção, mas elas não são disformes. Têm sua própria geometria, mas diversa do que conhecemos", explica.