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Exposição reproduz clima dos filmes
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS
Uma operação é habitual
no cinema de David Lynch:
uma câmera em movimento
em tom subjetivo por corredores de um imóvel, que conduz o público a descobrir detalhes da trama. Caminhar
por "The Air Is on Fire" reproduz essa sensação. A
maior parte dos ambientes é
escuro, com iluminação localizada nos objetos.
O material da exposição,
produzido desde a infância
de Lynch, mas sobretudo depois de 1965, quando ele foi
estudar artes na Filadélfia,
foi garimpado pelo diretor da
Fondation Cartier, Hervé
Chandès, que foi dezenas de
vezes à casa do diretor.
Na primeira sala, estão
enormes cavaletes de madeira e tecido para uma série de
pinturas que aproveitam o
preto e se referem sempre a
casas, concretas ou abstratas. Na segunda sala, a principal, está a série com Bob, o
personagem que passeia com
seu cachorro e faz coisas inusitadas e violentas, sempre
com o humor sardônico de
Lynch, com sobreposições
de camadas de tinta e objetos
como calças jeans, calcinhas,
facas, armas e telefones. Há
também nos quadros da sala
ambientes industriais.
Ambientes que também
aparecem em vários momentos no andar de baixo,
em que estão apresentadas
as fotografias de Lynch, além
de conter um espaço para
apresentação de filmes experimentais do diretor.
Uma atração é o ótimo catálogo da mostra, que pode
ser adquirido pela internet
por 50. Nela, além de reproduções de obras da exposição, há um CD com uma
impagável entrevista de
Lynch com a jornalista americana Kristine McKenna. E
além disso, Lynch vai invadir
a sessão regular de arte performática da fundação. Nela,
ele vai exibir uma performance especialmente criada
para o evento, "Carte Blance". A programação está no
site www.maisoncartier.fr.
(ALEXANDRE WERNECK)
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