São Paulo, sábado, 03 de março de 2007

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Greenaway será destaque do Videobrasil

Diretor inglês trará filmes, instalações e performance para o festival, que começa em outubro, em SP

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A relação entre cinema e artes plásticas parece ser a nova tendência curatorial. Mostras realizadas neste ano em Berlim (Hamburger Bahnhof), Paris (Centro Pompidou) e Milão (Hangar Bicocca), além da própria Bienal de São Paulo, que abordou o tema no ano passado, apontam o cinema como uma das mais recorrentes fontes de inspiração para a arte contemporânea.
Pois esse também será o tema da próxima edição do festival Videobrasil, que ocorre em outubro próximo, tendo como figuras centrais o inglês Peter Greenaway e o alemão Marcel Odenbach. "Esse é um tema inevitável, há muitas experiências por aí, não só em países da Europa ou os EUA mas também em regiões normalmente abordadas pelo festival como Líbano e África", conta Solange Farkas, diretora do evento. A programação será ampla. "Ah, pode contar que todo mundo em quem você pensar, do ponto de vista histórico, vai estar na mostra, de Andy Warhol a Matthew Barney", diz Farkas.
Contudo, o grande destaque será mesmo Greenaway, o diretor inglês que realiza uma das produções mais sofisticadas no cinema, como nos filmes "O Livro de Cabeceira" e "O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e o Amante", entre outros.
Formado em pintura, o cineasta tem organizado também instalações, representadas no festival por uma obra realizada a partir de seus filmes. Greenaway ainda realizará a performance "notv.com", na qual irá atuar como VJ, editando imagens ao vivo, na abertura do evento.
O festival também sofre uma transformação em sua duração, passando a realizar seminários antes da mostra, como a Bienal de São Paulo: "Queremos evitar que o festival seja apenas um evento, e torná-lo algo processual, como ocorre com a produção contemporânea".
Desde a última segunda-feira, Farkas passou a acumular a direção do Museu de Arte Moderna da Bahia, assumindo, pela primeira vez, um cargo institucional: "Resisti, pois trabalho com um segmento da arte contemporânea que usa espaços mais alternativos e sempre tive um olhar muito crítico para os museus".
Entretanto, conta a diretora, "lá foi o primeiro local que trabalhei, há mais de 20 anos, e, com Márcio Meirelles à frente da Secretaria da Cultura, creio que há uma vontade de mudança". Entre os projetos que pretende implantar, Farkas aponta uma reforma estrutural do museu, pois "a reserva técnica está em condições precárias e nem há catalogação de obras", a realização de residências artísticas, a constituição de um núcleo de curadores de arte contemporânea e a criação de mostras itinerantes, "para fazer circular a coleção do museu".


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