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Greenaway será destaque do Videobrasil
Diretor inglês trará filmes, instalações e performance para o festival, que começa em outubro, em SP
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
A relação entre cinema e artes plásticas parece ser a nova
tendência curatorial. Mostras
realizadas neste ano em Berlim
(Hamburger Bahnhof), Paris
(Centro Pompidou) e Milão
(Hangar Bicocca), além da própria Bienal de São Paulo, que
abordou o tema no ano passado, apontam o cinema como
uma das mais recorrentes fontes de inspiração para a arte
contemporânea.
Pois esse também será o tema da próxima edição do festival Videobrasil, que ocorre em
outubro próximo, tendo como
figuras centrais o inglês Peter
Greenaway e o alemão Marcel
Odenbach. "Esse é um tema
inevitável, há muitas experiências por aí, não só em países da
Europa ou os EUA mas também em regiões normalmente
abordadas pelo festival como
Líbano e África", conta Solange
Farkas, diretora do evento. A
programação será ampla. "Ah,
pode contar que todo mundo
em quem você pensar, do ponto
de vista histórico, vai estar na
mostra, de Andy Warhol a Matthew Barney", diz Farkas.
Contudo, o grande destaque
será mesmo Greenaway, o diretor inglês que realiza uma das
produções mais sofisticadas no
cinema, como nos filmes "O Livro de Cabeceira" e "O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e
o Amante", entre outros.
Formado em pintura, o cineasta tem organizado também instalações, representadas
no festival por uma obra realizada a partir de seus filmes.
Greenaway ainda realizará a
performance "notv.com", na
qual irá atuar como VJ, editando imagens ao vivo, na abertura
do evento.
O festival também sofre uma
transformação em sua duração,
passando a realizar seminários
antes da mostra, como a Bienal
de São Paulo: "Queremos evitar
que o festival seja apenas um
evento, e torná-lo algo processual, como ocorre com a produção contemporânea".
Desde a última segunda-feira, Farkas passou a acumular a
direção do Museu de Arte Moderna da Bahia, assumindo, pela primeira vez, um cargo institucional: "Resisti, pois trabalho
com um segmento da arte contemporânea que usa espaços
mais alternativos e sempre tive
um olhar muito crítico para os
museus".
Entretanto, conta a diretora,
"lá foi o primeiro local que trabalhei, há mais de 20 anos, e,
com Márcio Meirelles à frente
da Secretaria da Cultura, creio
que há uma vontade de mudança". Entre os projetos que pretende implantar, Farkas aponta uma reforma estrutural do
museu, pois "a reserva técnica
está em condições precárias e
nem há catalogação de obras", a
realização de residências artísticas, a constituição de um núcleo de curadores de arte contemporânea e a criação de mostras itinerantes, "para fazer circular a coleção do museu".
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