CARLOS CALADO
especial para a Folha

Animada por sua recente indicação ao Grammy (o prêmio anual do mercado fonográfico norte-americano), a Banda Mantiqueira retorna ao Supremo Musical para uma temporada de um mês.
O fato de o trompetista Roy Hargrove ter ficado com o prêmio não diminui o mérito da banda. Chegar entre os cinco finalistas do Grammy sem o apoio logístico de uma multinacional do disco já é uma proeza considerável.
Quem for ao Supremo hoje e nas próximas terças-feiras não vai ouvir apenas os já conhecidos arranjos de sambas, choros, bossas e composições próprias reunidos em "Aldeia", o elogiado disco de estréia da banda.
O maestro Naylor "Proveta" Azevedo e seus parceiros também prometem incluir no repertório material do novo CD, que começa a ser gravado no próximo mês.
Entre os novos arranjos aparecem três composições do violonista carioca Guinga: "Catavento e Girassol", "Cheio de Dedos" e "Samba de Um Breque Só".
Adepta de uma linguagem instrumental bem brasileira, inspirada na tradição de orquestras pioneiras (como a Tabajara), a Mantiqueira mostra que é possível fazer música atraente, sem recorrer aos clichês de "big bands" norte-americanas. Uma lição de identidade musical.
(CARLOS CALADO)


Show: Banda Mantiqueira
Quando: terças, às 21h; até dia 31
Onde: Supremo Musical (r. Oscar Freire, 1.000, Jardins, tel. 852-0950)
Quanto: R$ 20



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