Versão não finalizada caiu na rede na terça e filme já está entre os mais baixados; estreia mundial será no fim deste mês

Nome de empresa australiana de efeitos visuais aparece no pirata; Fox diz que pode identificar envolvidos e que eles serão processados

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
EDITOR DO FOLHATEEN

Parecia piada de primeiro de abril, mas era verdade, um daqueles momentos históricos da internet -"X-Men Origens: Wolverine", um dos filmes mais aguardados do ano, espalhou-se pela web anteontem (foi postado na noite de terça), um mês antes de sua estreia mundial (no Brasil, 30/4).
O tamanho do fenômeno é facilmente mensurável pelo frenesi de downloads que ele desencadeou nas primeiras 24 horas: no Pirate Bay, um dos maiores sites de downloads, o filme rapidamente ocupou o topo da lista de mais baixados, com mais de 20 mil pessoas agindo como "fornecedores" e mais de 50 mil baixando.
No top ten de filmes baixados do Mininova, outro gigante dos arquivos ilegais, nove posições estavam tomadas por arquivos do filme baseado no herói de quadrinhos da Marvel.
E isso mesmo se tratando de uma versão não finalizada do filme -apesar da qualidade da imagem ser equivalente a de um DVD, a versão vazada ainda não teve a maior parte de seus efeitos especiais inseridos, há vários trechos não editados e, segundo a Fox, o estúdio dono do filme, ainda há cenas inteiras que não estão nessa versão.

Fox e FBI caçam piratas
A qualidade da cópia reforça as suspeitas de que o filme foi vazado de uma das etapas de pós-produção, e os olhos se voltaram para a Rising Sun Pictures, empresa australiana de efeitos visuais cujo nome aparece rapidamente no começo da versão pirata.
"Marcamos nossos filmes de modo a identificarmos as fontes que os disponibilizam e quem está baixando. A fonte do vazamento e todos que postaram o filme serão processados até o limite máximo da lei. O FBI e a MPAA [associação dos estúdios de cinema] também estão investigando ativamente o crime", informou a Fox em comunicado oficial.
Curiosamente, alguns sites de fãs e outros especializados em blockbusters condenaram o vazamento e fizeram campanha contra o download.
O popular Ain't It Cool News, um dos líderes do gênero, recusou-se a publicar críticas dos leitores que assistiram ao filme (como faz tradicionalmente), alegando não querer "encorajar a pirataria neste momento em que os estúdios estão demitindo gente aos montes".
Mas, como o número de downloads mostra, é inútil chorar sobre o leite derramado -o filme está na rede, multiplicado de forma incontrolável.
"Wolverine" vai virar um estudo de caso: estúdios e estudiosos vão observar os efeitos que o vazamento pode ter na bilheteria do filme.
No Brasil, o caso de "Tropa de Elite" ficou célebre: mesmo com o vazamento prematuro, o filme fez uma bilheteria histórica, ajudado pelo boca a boca positivo de quem havia visto a versão pirata e pela extensa cobertura que o filme ganhou.
O destaque na imprensa "Wolverine" obviamente já garantiu. Mas que tipo de boca a boca ele vai gerar? As reações dos internautas que já assistiram ao longa e escreveram críticas parecem divididas até agora: há quem tenha gostado, quem tenha detestado e quem pondere que é injusto analisar um filme não finalizado.


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