São Paulo, Sábado, 03 de Abril de 1999
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Livro traduz 40 trabalhos

das Regionais

O poeta e tradutor Maurício Arruda Mendonça, de Londrina (Paraná), tem um livro pronto, com 40 traduções de haicais escritos por Nenpuku Sato e publicados apenas em japonês durante as décadas de 50 e 60.
Para realizar as traduções, Mendonça contou com o auxílio de uma professora de japonês. "Foi um trabalho meticuloso, de muita sensibilidade", afirma.
Mendonça, autor do livro de poemas "Eu Caminhava Assim Tão Distraído", pela editora Sette Letras, negocia, desde 1992, a publicação das traduções dos haicais e de um texto biográfico sobre o poeta japonês.
"Mas é um tarefa árdua conseguir convencer o mercado brasileiro", conta.
Para Mendonça, Sato procurou em sua obra "aclimatar" o haicai ao Brasil, destacando elementos como a flor do café ou as geadas que atingem principalmente a região Sul do país.
"A percepção dele teve que mudar aqui, é uma obra sobre o Brasil, por isso precisa ser divulgada", defende ele.
Em sua pesquisa, Mendonça entrevistou familiares e discípulos do mestre e acredita que a produção de Sato no Brasil pode ultrapassar 10 mil haicais. "O haicai não é só inspiração, é muito trabalho, e ele trabalhou muito."
O poema mais conhecido de Sato está gravado em uma pedra em um monumento no parque Ibirapuera, em São Paulo: "Um trovão estronda/e os trovõezinhos ecoam/ na selva em redor" (tradução feita por Masuda).
Para o poeta Gyudoshi Sato, irmão de Nenpuku, as traduções são difíceis de serem feitas, mas podem representar uma forma de preservar a obra do mestre entre os brasileiros. (JAB)


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