São Paulo, quinta-feira, 03 de maio de 2001

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MUNDO GOUMERT

No novo Restaurante, chef saiu da cozinha da patroa

COLUNISTA DA FOLHA

Da cozinha da patroa para a cozinha dos clientes. É mais ou menos essa a trajetória de uma nova profissional do mercado gastronômico que foi sacramentada com a abertura do Restaurante, um novo restaurante de cozinha variada aberto há três semanas no Itaim.
A profissional em questão é Edir Nascimento e Silva, 35, ex-caseira de fazenda em Mato Grosso e em casa de litoral em São Paulo e, nos últimos oito anos, na praia ou na cidade, cozinheira da psicóloga Lúcia de Campos Faria.
Lúcia, 43, adora a cozinha -tanto que já teve um restaurante, o Chelsea (onde hoje funciona o La Vecchia Cucina), entre 1990 e 92, além de ter sido sócia, do seu ex-marido, do restaurante Laurent. E Lúcia adora a cozinha de Edir -tanto que publicou um livro de receitas com ela, "O Banquete dos Sentidos", em 98.
Convidada a entrar na sociedade da nova casa, ela trouxe Edir para a cozinha. Levou-a para aprender o funcionamento de uma cozinha profissional no hotel Transamerica (Lúcia é herdeira da rede, assim como dos muitos negócios do pai, ex-dono do banco Real). E agora lá está ela, trabalhando à vista dos clientes do salão.
O Restaurante pertence também aos empresários Tico e Luis Gelpi e aos sócios da boate Disco. Fica num prédio comercial cuja entrada fica na avenida Faria Lima, mas o acesso ao restaurante se dá pela rua de trás. Tem um salão moderno, decorado por pilhas de pratos, um bar de espera separado por uma parede de vidro e uma cozinha que transita por várias origens, como se fosse de casa.
Há pratos brasileiros (torta de coco com baba-de-moça) e franceses (camarões à provençal), há coisas modernas (atum sashimi com pêra e vinagre de framboesa), um pouco de tudo.
A dupla Lúcia e Edir cuida da cozinha, onde se observa um bom cuidado com o paladar. Mas é preciso cuidar do acabamento, num padrão menos caseiro e mais de restaurante.
A gostosa galinha-d'angola com molho de capim-santo poderia ter a pele crocante e não molenga, assim como o confit de pato (meio duro). Há boas propostas de peixes (salmão com gergelim e purê de batatas com alho-poró; robalo grelhado com palmito fresco, molho de coco e arroz), mas é preciso cuidado com o ponto, para que fiquem suculentos, não secos.
Um bom exemplo de como finalizar bem os pratos é o atum sashimi com pêra e vinagre de framboesa: o peixe tem uma boa crosta por fora, continuou quase cru por dentro e foi servido em fatias vistosas e atraentes.
É o que falta para que essa cozinha saia da sala de casa e passe efetivamente para o salão do restaurante. (JOSIMAR MELO)


Cotação: $$$ Avaliação: regular
Restaurante: Restaurante
Endereço: av. Faria Lima, 3.729 (entrada pela r. Leopoldo Couto de Magalhães, esquina com Atílio Inocenti), tel. 0/xx/11/3078-1365
Horário: de seg. a sáb., das 12h30 às 15h e das 19h30 à 1h
Ambiente: moderno, com bar separado por vidro do salão e cozinha aparente
Serviço: correndo bem
Cozinha: atraente, tendendo a se firmar
Quanto: entradas, de R$ 4,50 a R$ 23,50; pratos principais, de R$ 15,50 a R$ 34; sobremesas, de R$ 5 a R$ 10



$ (até R$ 22); $$ (de R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62). Avaliação: excelente    ; ótimo   ; bom  ; regular (sem estrela); ruim  


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