São Paulo, domingo, 03 de maio de 2009

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"O Falcão Maltês" é próximo filme da Coleção Folha

DVD protagonizado por Bogart sai domingo que vem

DA REPORTAGEM LOCAL

O texto de Dashiell Hammett que serviu de base para o roteiro de "O Falcão Maltês", de John Huston -oitavo volume da Coleção Folha Clássicos do Cinema, disponível nas bancas a partir do próximo domingo-, foi publicado pela primeira vez no fim de 1929, em capítulos, na revista "Black Mask".
Em fevereiro de 1930, a história ganhou forma de livro, cujos direitos para o cinema foram imediatamente comprados pela Warner.
Antes da adaptação de John Huston, o estúdio produziu duas versões da mesma história: uma em 1931, dirigida por Roy del Ruth, mantendo o nome "O Falcão Maltês", e outra em 1936, "Satan Met a Lady", de William Dieterle.
No entanto, esses dois filmes anteriores só são lembrados até hoje porque existe a versão de Huston, que foi lançada em 1941 e entrou para a história do cinema como o filme inaugural de toda uma escola do cinema americano -o filme noir.
O que fez a diferença? Basicamente, os fatos e coincidências que levaram à convergência das carreiras do roteirista John Huston, aqui assumindo a direção de um longa-metragem pela primeira vez, e de Humphrey Bogart, que até então não era considerado um astro de primeira grandeza.
Juntos, Huston e Bogart inauguram um novo gênero, que tomou o lugar dos "filmes de gângster" que fizeram a fama da Warner nos anos 30.
John Huston e Humphrey Bogart se conheceram no set de "Seu Último Refúgio" (1941), de Raoul Walsh, que teve roteiro assinado por Huston e marcou a estreia de Bogart como protagonista. O ator vive Roy "Mad Dog" Earle, bandido experiente recém-saído da prisão.
Mad Dog é um personagem que marca uma clara transição entre o gângster clássico, que teve em James Cagney e George Raft seus intérpretes clássicos, e um novo tipo de herói, menos violento e mais cínico, típico do filme noir.
Bogart tornaria-se a encarnação perfeita desse novo herói, como soube identificar Huston, que insistiu para escalar o ator para o papel do detetive particular Sam Spade.
Roteirista contratado da Warner, Huston ganhou a chance de dirigir seu próprio filme, e escolheu como matéria-prima o romance de Dashiell Hammett.
Ao contrário das outras adaptações, Huston foi bastante fiel ao texto de Hammett e planejou seu filme cuidadosamente, elaborando um detalhado "storyboard" em que todas as sequências foram previamente desenhadas.
"O Falcão..." entraria para a história, sobretudo, pelo seu estilo visual -a fotografia de Arthur Edeson, um experiente operador de câmera-, marcado por um preto-e-branco contrastado e repleto de sombras.


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