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"O Falcão Maltês" é próximo filme da Coleção Folha
DVD protagonizado por Bogart sai domingo que vem
DA REPORTAGEM LOCAL
O texto de Dashiell Hammett
que serviu de base para o roteiro de "O Falcão Maltês", de
John Huston -oitavo volume
da Coleção Folha Clássicos do
Cinema, disponível nas bancas
a partir do próximo domingo-,
foi publicado pela primeira vez
no fim de 1929, em capítulos,
na revista "Black Mask".
Em fevereiro de 1930, a história ganhou forma de livro, cujos direitos para o cinema foram imediatamente comprados pela Warner.
Antes da adaptação de John
Huston, o estúdio produziu
duas versões da mesma história: uma em 1931, dirigida por
Roy del Ruth, mantendo o nome "O Falcão Maltês", e outra
em 1936, "Satan Met a Lady",
de William Dieterle.
No entanto, esses dois filmes
anteriores só são lembrados até
hoje porque existe a versão de
Huston, que foi lançada em
1941 e entrou para a história do
cinema como o filme inaugural
de toda uma escola do cinema
americano -o filme noir.
O que fez a diferença? Basicamente, os fatos e coincidências que levaram à convergência das carreiras do roteirista
John Huston, aqui assumindo a
direção de um longa-metragem
pela primeira vez, e de Humphrey Bogart, que até então não
era considerado um astro de
primeira grandeza.
Juntos, Huston e Bogart
inauguram um novo gênero,
que tomou o lugar dos "filmes
de gângster" que fizeram a fama da Warner nos anos 30.
John Huston e Humphrey
Bogart se conheceram no set de
"Seu Último Refúgio" (1941), de
Raoul Walsh, que teve roteiro
assinado por Huston e marcou
a estreia de Bogart como protagonista. O ator vive Roy "Mad
Dog" Earle, bandido experiente
recém-saído da prisão.
Mad Dog é um personagem
que marca uma clara transição
entre o gângster clássico, que
teve em James Cagney e George Raft seus intérpretes clássicos, e um novo tipo de herói,
menos violento e mais cínico,
típico do filme noir.
Bogart tornaria-se a encarnação perfeita desse novo herói, como soube identificar
Huston, que insistiu para escalar o ator para o papel do detetive particular Sam Spade.
Roteirista contratado da
Warner, Huston ganhou a
chance de dirigir seu próprio
filme, e escolheu como matéria-prima o romance de Dashiell Hammett.
Ao contrário das outras
adaptações, Huston foi bastante fiel ao texto de Hammett e
planejou seu filme cuidadosamente, elaborando um detalhado "storyboard" em que todas
as sequências foram previamente desenhadas.
"O Falcão..." entraria para a
história, sobretudo, pelo seu estilo visual -a fotografia de Arthur Edeson, um experiente
operador de câmera-, marcado por um preto-e-branco contrastado e repleto de sombras.
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